Entrevista com Senador Paulo Paim
Por Josué Bittencourt
O Senador Paulo Paim, uma figura destacada no cenário político brasileiro. Nesta conversa, o Senador Paim compartilha suas observações e reflexões sobre o estado do Rio Grande do Sul. Ele destaca a importância de acreditar na resolução dos desafios enfrentados pela região e oferece uma visão esperançosa para o futuro. Acompanhe esta entrevista exclusiva e conheça as perspectivas do Senador Paulo Paim sobre o atual momento do Rio Grande do Sul.
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima (OC), em fala para a BBC News Brasil, faz essa ressalva; “A responsabilidade não é apenas dos governos estaduais e federal, diz, mas também do Congresso — pois as tragédias são resultado da falta de adaptação e de combate às mudanças climáticas, duas áreas onde os Executivos precisam fazer mais e onde o Legislativo têm promovido ativamente retrocessos.” Para o Senador essa fala contém alguma veracidade?
Paim: No meu entendimento, a falha é de todos – governos federal e estadual; prefeituras, legislativos federal, estadual e municipal. O Brasil sempre negligenciou e se omitiu na questão climática. Fala-se muito e age-se pouco, e isso vem de décadas. Nossos biomas são devastados, e o meio ambiente não é respeitado. Leis existem, mas não são cumpridas, e falta estrutura para uma melhor fiscalização. Os interesses econômicos estão acima dos interesses da sustentabilidade e da natureza.
Eduardo Leite em seu primeiro mandato em 2019 alterou quase 500 leis ambientais, deixando ambientalistas preocupados. Um deles foi Francisco Milanez, diretor científico e técnico da Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), informando que não houve debate entre a sociedade civil e a Assembleia Legislativa. A falta desse debate tem reflexo nessa catástrofe?
Paim: A falta de debate e diálogo na sociedade e nos poderes públicos é prejudicial em todos os sentidos. O exemplo dado nesta pergunta é mais uma evidência disso. O assunto é de extrema importância. Agora, não adianta reclamar depois que os erros acontecerem. Falta seriedade e compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Estamos muito distantes da coisa certa.
Possivelmente o estado do Rio Grande do Sul não será o mesmo depois dessa tragédia. Para a deputada qual a lição que levará depois que o estado estiver em processo de reconstrução?
Paim: Eu espero que esta catástrofe sirva para conscientizar nossas mentes e abrir nossos pensamentos para a defesa intransigente do meio ambiente. Se continuarmos cometendo erros e omissões, enfrentaremos mais tragédias no futuro. A população pagará um preço muito alto pela negligência da classe política e do mercado, que só visa o lucro, destruindo a natureza, atacando o ecossistema e a vida. O lucro não pode estar acima do interesse coletivo, que é a preservação do meio ambiente.
Fonte: LinkeZine