Acompanhe a Reportagem Especial de Zero Hora deste domingo,29. O senador Paulo Paim faz questão de indicar o segundo voto. É para Abgail Pereira, candidata do PC do B. Dos três candidatos que lideram as pesquisas, Paim é o único com dobradinha formalizada ao Senado. Onde chega, o petista, ex-deputado federal e eleito senador pela primeira vez em 2002, deixa claro: – E tem o voto para a companheira Abgail. Paim vem concentrando a campanha na Região Metropolitana, na arrancada final. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, sente-se bem na porta das fábricas. Na semana passada, às 6h30min, já distribuía panfletos na entrada de uma metalúrgica da cidade. Cumprimentava operários, funcionários de escritório e executivos. Sua saudação mais repetida: – É isso aí, guerreiro. Tudo bem, guerreiro? Está na sexta eleição. Em 2002, quando era deputado e decidiu que tentaria uma cadeira no Senado, levou um susto das pesquisas. Era o quarto em preferência, mas ele e Sérgio Zambiasi (PTB) se elegeram. O petebista, que decidiu abandonar a política este ano, é hoje seu eleitor. Nos contatos que mantém na porta das fábricas, Paim entrega um panfleto com um resumo dos projetos apresentados e diz: – São mais de mil projetos. Eu não vou para o Senado, estou no Senado, não tenho que prometer nada. Os operários o interrogam sobre o veto do governo à queda do fator previdenciário para a aposentadoria. Paim diz que seu projeto ainda está vivo e arrisca: – O fator pode cair no ano que vem. O político quer ser visto como um senador que não discrimina centrais sindicais nem preferências partidárias. No Interior, promove plenárias suprapartidárias. Mas são os aposentados os que mais se identificam com sua atuação. Numa reunião na Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas (Fetapergs), em Porto Alegre, foi recebido como ídolo. Cerca de 30 coordenadores regionais cantarolavam o bordão que usam quando abordam eleitores: – Não minta para mim, sou aposentado e sou Paim. O senador falou dos projetos e disse: – Tenho autoridade para pedir o segundo voto. Estava num reduto em que o primeiro voto é dele. O presidente da Fetapergs, Osvaldo Fauerharmel, lembra que há no Estado 2,16 milhões de aposentados e pensionistas: – Somos apolíticos, mas apoiamos ostensivamente quem apoia os aposentados. Darci Cerutti, presidente da Associação dos Aposentados de Soledade e coordenador regional da Fetapergs, observa que Paim é considerado senador de todos os aposentados do Brasil. Vota em Paim, mas ainda está em dúvida sobre o segundo voto. Talvez seja para Rigotto. Senador ressalta defesa de projetos No dia em que começou com panfletagem em Canoas, Paim também esteve na Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs). Conversou com o presidente, Moisés Bauer Luiz, viu deficientes visuais digitando textos, conheceu o projeto de um centro de reabilitação e falou do Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência, que apresentou no Senado. O principal encontro daquele dia na busca pelo segundo voto aconteceu com políticos de vários partidos em um hotel em Canoas. A vice-prefeita da cidade, Beth Colombo (PP), vota em Ana Amélia e no petista. O presidente do PDT municipal, Lademir Silveira, em Rigotto e Paim. O ex-deputado Ivo Lech (PMDB) fez as mesmas escolhas. Também estava na reunião e abriu voto o presidente do PP de Canoas, Francisco Biazus. Os depoimentos de Beth, que relembrou a capacidade de mediação de Paim em meio a greves e conflitos, e de companheiros de partido, que falaram sua trajetória, abalaram o senador. Paim, 60 anos, chorou várias vezes e fez uma confidência: – Esta é minha última campanha. Depois, quero voltar para as ruas. Pretende participar dos movimentos sociais, como fazia nos anos 70 e 80, antes de se eleger deputado constituinte em 1986. MultimídiaPaim ressalta as propostas, como o estatuto dos portadores de deficiências Fonte: Zero Hora Foto: Adriana Franciosi /ZH