Há povos que respeitam os idosos, sua sabedoria. Infelizmente, no Brasil isso ainda não ocorre. O Estatuto do Idoso, de nossa autoria, foi um avanço inegável, mas ainda não chegamos ao ideal. Em breve a maioria dos brasileiros será idosa e, grande parte, aposentada. O que esperar do futuro se hoje vemos os aposentados e pensionistas discriminados de forma hedionda? É impossível acreditar que milhões de pessoas sejam tratadas como se não tivessem contribuído para o crescimento do país, como se nada mais pudessem fazer pela Nação. Há décadas os aposentados e pensionistas têm seus benefícios reduzidos. Uma das razões são os reajustes dados aos que recebem acima do mínimo. Neste ano, o reajuste foi de apenas 5,92%, contra 11,2% do mínimo. Se continuar assim, logo todos ganharão somente um salário mínimo. Precisando cada vez mais de cuidados com a saúde, vendo os medicamentos terem preços elevados constantemente, auxiliando familiares, a questão que fica é: como esses brasileiros sobrevivem? Alguns dizem que não há como resolver a questão porque a Previdência tem déficit.Difícil acreditar quando olhamos para as contas e vemos que o superávit da Seguridade Social no período de 2006 e 2007 sem a DRU foi de R$ 108,11 bi e, com a DRU, R$ 38,8 bi. Entre 2000 e 2007, o superávit da Seguridade, sem a incidência da DRU, foi de R$ 339,84 bi, e, com a DRU, de R$ 141,2 bi.Mais, notícias falam de isenção, renegociação, anistias e renúncias para conter a crise. Por que os recursos para essa política saem da Previdência se dizem que ela possui déficit? A PEC 24/03, que já aprovamos na CCJ do Senado, garante que os recursos da Seguridade não sejam destinados para outros fins.É urgente pressionar os deputados a fim de que sejam votados os projetos que recompõe as perdas (PL 4434/08), que acaba com o fator previdenciário (PL 3299/08) e que concede às aposentadorias e pensões o mesmo percentual de reajuste dado ao mínimo (PL 1/07). Já aprovados no Senado.Os partidos, para serem coerentes com os discursos, deveriam fechar questão a favor da aprovação das propostas, afinal, apenas na hora da votação saberemos quem é quem.Como já disse alguém, às vezes, lavando as mãos sujamos a consciência. Os homens e mulheres de nosso país estão atentos a isso e responderão à falta de consciência nas urnas. Afinal, o voto é a arma dos brasileiros e ela será usada em momento adequado. Senador Paulo Paim (PT/RS)