Terminou há pouco a audiência pública do Senado que discutiu a situação das empregadas domésticas no país. Estima-se que haja mais de sete milhões de trabalhadoras nessa categoria e que elas representem cerca de 16% das mulheres que estão no mercado de trabalho. A escolha da data da reunião é uma homenagem ao Dia da Empregada Doméstica, comemorado em 27 de abril.Durante a audiência, vários participantes defenderam a aprovação, por parte da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de uma convenção específica para os trabalhadores domésticos. Defensora da convenção, a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, afirmou que a demanda por trabalhos domésticos vem aumentando no mundo inteiro devido a diversos fatores, como a maior inserção da mulher no mercado de trabalho e a crise do modelo no qual o homem aparecia, "mesmo quando isso não era verdade", como o provedor da família.Também destacou-se, como o fez a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que boa parte das empregadas domésticas no Brasil são negras e que o tema, portanto, envolve questões de gênero e de raça.Segundo Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres, isso "é uma das heranças da escravidão".A audiência foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), cujo presidente é o senador Paulo Paim (PT-RS). As senadoras Ana Rita (PT-ES) e Ângela Portela (PT-RR), além de Paim, conduziram a reunião.Da Redação / Agência Senado(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)