COMISSÕES / DIREITOS HUMANOSEm reunião na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que debate a ameaça a juízes federais por parte de organizações criminosas, a primeira participante, a juíza Liza Taubemblatt, da cidade de Ponta Porã (MS), que faz fronteira com o Paraguai, pediu aos senadores que "olhem para região". Segundo a juíza, o poder das organizações criminosas está maior a cada dia. Ela lamentou a redução da atividade da Polícia Federal na fiscalização das fronteiras , em razão da falta de recursos. A juíza apontou a necessidade de um trabalho de inteligência sério e aprofundado para desbaratar as quadrilhas.No município há cinco anos, depois que 14 colegas se recusaram a assumir cargo na localidade, a juíza disse ter ficado "absolutamente sem ação"quando foi informada de que estava sofrendo ameaça. Ela afirma haver na localidade problemas de tráfico internacional de entorpecentes e armas, " pistolagem" e assassinatos. Em debate, ameaça do crime organizado aos juízes federais A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) começou, às 9h10, audiência pública para discutir as ameaças do crime organizado aos juízes federais. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) estima que 40 magistrados estejam na mira do crime organizado e defende a criação da Polícia Judiciária.Uma das armas contra essas ameaças é o projeto de lei da Câmara (PLC 3/10), que permite ao juiz formar um colegiado para a prática de atos processuais quando estes tratarem de delitos praticados por organizações criminosas. O objetivo é diminuir a personalização das decisões judiciais nesses casos e, assim, o risco de pressões ou retaliações contra o juiz.Para a instalação do colegiado, o juiz deve indicar os motivos e as circunstâncias que acarretam riscos à sua integridade física. Sugerido pela Ajufe à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa da Câmara, o projeto está sendo analisado pelo Senado.