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04.Maio
Liberdade de Imprensa

“A liberdade de imprensa não pertence ao dono do veículo nem ao jornalista. Ela pertence à sociedade.” A afirmação foi feita pelo presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em audiência pública que tratou ontem da violência contra jornalistas no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Schröder lembrou que a comunicação alcançou uma nova dimensão após a democratização do País. Disse que o jornalismo está em crise no mundo e assinalou que o jornalista deve ouvir os lados para não banalizar a profissão e o próprio negócio de comunicação. “O jornalista às vezes não cumpre seu papel de investigar, de apurar a informação.”Avaliou que o debate proporcionado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da comissão, é um fato quase inédito no Brasil. “Não se discute comunicação no País”, observou Schröder. E esclareceu que regulamentar não é impedir a fala de alguém, ao contrário, é garantir a palavra de todos. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim (PT-RS), a liberdade de expressão é o “sustentáculo da democracia”, e passa pela valorização do profissional e pela criação de um ambiente seguro de trabalho. “Aqui ficou claro que, infelizmente, no Brasil e no mundo existe muita violência contra o profissional. Foram feitas diversas denúncias, que a comissão ficou de dar encaminhamento no aspecto legal”, disse o senador gaúcho. Mobilização pelo diploma Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) chamou para Brasília sindicatos e lideranças do jornalismo de todo o País. O presidente Celso Schröder  diz que a expectativa da classe é que a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) para exigência do diploma seja votada pelo Senado ainda nesta semana. Após conversar com o autor do projeto, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Schröder acredita que 80% dos senadores apoiam a proposta. Ele adiantou que os sindicatos atenderam ao chamado da entidade e amanhã estarão no Congresso Nacional, junto com escolas e universidades, numa tentativa para que a agenda se cumpra e “nós saiamos daqui com a importante decisão parlamentar que é de incluir na Constituição a obrigatoriedade do diploma como requisito para o exercício da profissão”. Valorização regional O Secretário de Imprensa da Presidência da República, José Ramos Filho, afirmou que a data é muito importante para o Brasil, que “reconquistou a liberdade de imprensa em décadas”. Lembrou da disposição da presidente Dilma Rousseff (PT) que, no próprio Senado, fez questão de reafirmar seu compromisso com a liberdade de culto e imprensa, uma conquista da sociedade brasileira. Alertou que “devemos fiscalizar, pois desvios acontecem e o jornalista, mesmo impedido, por censura ou ações, está desempenhando sua função, pois chama para ele os radares da sociedade”. Ramos falou também da preocupação do Palácio do Planalto com a valorização da mídia regional. Fonte: Jornal do Comércio – Edgar Lisboa.