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13.Maio
Frentes de trabalho, para combater o desemprego - Jornal do Comércio

Enquanto o IBGE divulgava terça-feira sua pesquisa mensal de Emprego referente ao último mês de março, registrando uma taxa de desocupação de 12,8%, ou 2 milhões e 700 mil desempregados, 8% a mais que o registrado em fevereiro, realizávamos no Senado o seminário “Desemprego e Renda”, onde colhemos prognósticos nada alentadores para a solução desse flagelo nacional.Segundo a pesquisa, a desocupação aumentou numa velocidade superior à registrada em 2003. E por que o desemprego está aumentando, em velocidade crescente? Esta é mais uma pergunta que não quer calar, mas acho que já passa o momento desta Casa fazer uma reflexão para que possamos entender por que o atual governo, além de não conseguir criar novos postos de trabalho, não consegue sequer interromper o crescimento do desemprego.Ninguém desconhece que o desemprego de hoje é o resultado de políticas equivocadas do passado que levaram o país a uma situação na qual os economistas já apontam características não de recessão, mas de uma verdadeira depressão econômica. Ora, isso nos remete a 1929 ou ao pós-guerra de 1945, quando a economia brasileira, arrastada primeiro pela crise norte-americana, e depois pelo conflito mundial produziu até então seu maior número de desempregados.Para combater a Grande Depressão que se abateu sobre os Estados Unidos depois da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, o Presidente Franklin Roosevelt abriu os cofres do governo para criar frentes de trabalho que levaram à recuperação da economia norte-americana.Entendo que o exemplo de Roosevelt pode ser usado aqui no Brasil. Além da necessidade, temos todas as condições para implementar as medidas que adotou, aproveitando o momento de superávits que o governo comemora.Entre essas medidas, adaptadas para a realidade brasileira, podemos citar a construção ou recuperação de grandes obras públicas como usinas hidrelétricas, estradas e barragens, saneamento e habitação popular a fim de diminuir o desemprego e aumentar o consumo; elevação dos salários, diminuição da jornada de trabalho, legalização de sindicatos e fixação de um novo valor para o salário-mínimo que atenda as necessidades do trabalhador, dos aposentados e pensionistas da Previdência Social; Aumentar o valor do salário-desemprego e da assistência aos velhos e inválidos; e ampliar a reforma agrária, de tal forma que se promova a fixação do homem no campo e possibilite a inversão do processo de urbanização e favelização das grandes metrópoles. Não tenho dúvidas de que, adaptadas à nossa realidade, como disse, aqui no Brasil medidas semelhantes também poderão contribuir para evitar a tragédia que se anuncia: o crescimento incontrolável do desemprego. Nem momento mais oportuno para o governo anunciar a adoção dessas medidas, exatamente agora quando a Nação aguarda, ansiosa, o anúncio do valor do novo salário mínimo que passará a vigorar a partir do próximo sábado, dia 1º de maio.Paulo Paim (PT-RS)