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05.Abril
Sábia decisão - Jornal do Comércio

Mais uma vez a sociedade gaúcha deu exemplo para o país. Foram meses de pressão e resistência. Sem dúvida uma vitória do tamanho do Rio Grande. A Petrobrás decidiu não fazer a opção anunciada de elevar sua participação na Braskem de 10% para 30%, em troca de 85% da Petroquímica Triunfo, empresa que controla no Pólo gaúcho, 15,63% que tem na Copesul e 40% que detém na Petroquímica Paulínea. Se a Petrobrás tivesse optado pela troca de ativos, os prejuízos para a economia do Rio Grande do Sul seriam astronômicos. A planta exportadora muito provavelmente ficaria no estado e a planta destinada a suprir o mercado interno iria para a Bahia. Ora, como se sabe, pela Lei Kandir, os produtos para exportação não recolhem ICMS. Com isso a arrecadação despencaria, colocando o estado do RS numa situação desesperadora. Sem contarmos o número de postos de trabalho que seriam perdidos. Quando realizamos no dia 24 de março uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal com ampla participação do sindicato e confederação dos petroquímicos, dos diretores da Braskem, Petroquímica Ipiranga, Petrobrás, Ministério das Minas e Energia e Casa Civil, ficamos muito apreensivos, pois num primeiro momento, tivemos a nítida impressão que um grande acordo já estava feito e a nossa luta seria em vão. Felizmente o bom senso prevaleceu. Não há como não deixar de reconhecer a sábia decisão de preservar o interesse e o patrimônio público. Mas é bom deixarmos bem claro de que a luta continua. Agora mais do que nunca é de extrema importância mantermos a coesão para garantirmos que o Pólo petroquímico gaúcho seja ampliado e que a Petrobrás, a exemplo do que tem feito em outros estados, amplie sua participação no complexo. Promover o desenvolvimento e gerar mais empregos é o norte que todos nós queremos seguir. Mais uma vez está provado de que quando maragatos e chimangos se unem quem ganha é o Rio Grande do Sul. E isso é bom.