A taxa básica de juros do Brasil, entre as mais altas do mundo, e uma valorização do cambio que destoa do padrão mundial estão freando o crescimento do setor produtivo. Atualmente a taxa selic está na casa dos 14,75 %. Sem dúvida a política de juros adotada pelo Banco Central impede uma expansão substancial da economia brasileira. Os dados estão aí e a gritaria é geral. Porém é importante frisar que isso não é uma situação de agora. Esse é o menor índice da série histórica divulgada pelo Banco Central nos últimos 31 anos. Também é certo que existe muito rumor a respeito deste assunto e acredito ser de fundamental importância um amplo debate sobre esta questão. Quem sabe o momento seja oportuno para um "pacto" que reveja essa situação. É uma idéia que pode ser amadurecida. Entendo que com a atual taxa de juros o Brasil está com o foco no crescimento econômico confuso, pois o setor financeiro sai fortalecido em detrimento ao setor produtivo. Haja visto o brutal crescimento de rentabilidade dos Bancos divulgado nos últimos balanços. Temos que ter um programa adequado para o crescimento das riquezas internas calcado no setor produtivo. O atual modelo prejudica os pequenos e médios comerciantes e produtores. Reduzir a taxa de juros é uma questão fundamental que o governo precisa rever para que possamos reativar a economia com a ampliação das exportações e dos investimentos nos diversos setores produtivos, a fim de promovermos maior justiça social. Estou convencido de que a taxa de juros não pode ser mantida no atual patamar. Esperamos que o governo faça reduções mais arrojadas para que assim possamos nos aproximar da media mundial que varia em torno dos 7%. Outro fator que tem prejudicado o empresariado brasileiro, em especial o setor exportador, e tirando a competitividade do produto nacional em relação aos nossos parceiros comerciais é a valorização do real frente ao dólar. A Medida Provisória editada pelo Governo autorizando que 30% das receitas de exportações fique em bancos no exterior é uma tentativa de reduzir a oferta da moeda no país e aumentar o valor da cotação do dólar. Com a moeda mais cara, empresários ganharão ao converterem as vendas em reais. Embora esta medida não seja uma solução unânime entre os especialistas, esperamos que o efeito cambial seja minimizado, visto que a taxa de câmbio é, por si só, uma importante variável na política econômica do país . Paulo Paim - Senador PT/RS