O Dia Mundial do Trabalho foi instituído no ano de 1889 em Paris, na França. No Brasil, em 1924, o presidente Artur Bernardes transforma o 1º de Maio em feriado nacional. Passados tantos anos de luta e resistência por mais direitos e qualidade de vida é oportuno que nos perguntemos qual a melhor maneira de homenagearmos os trabalhadores brasileiros. As altas taxas de juros e o emaranhado de impostos e tributos atravancam o desenvolvimento do país e consequentemente a geração de novos postos de trabalho. Estaremos assim homenageando os trabalhadores? A resposta é obvia. E o que dizer da especulação financeira e da concentração de renda? Temos ainda o problema do trabalho escravo e do trabalho infantil. É lamentável que em pleno século XXI estejamos na lista da OIT, figurando entre os países que ainda não resolveram essas questões. Certamente não é este o tipo de "homenagem" que os nossos trabalhadores esperam. Eles merecem ser homenageados de fato! Não podemos continuar sendo um país de extremos. A redução dos encargos sobre a folha de pagamento transferindo-os para o faturamento das empresas é uma possibilidade concreta. Com certeza essa medida não macularia o direito dos trabalhadores. Ou quem sabe se aprovássemos os aumentos do salário mínimo e dos benefícios dos aposentados e pensionistas através de uma política duradoura com reposição da inflação mais o dobro do PIB como foi aprovado ano passado pela Comissão Mista Especial do Salário Mínimo ? Da mesma forma, se puséssemos fim ao Fator Previdenciário - um redutor de no mínimo 30% do valor das aposentadorias criado pela Lei 9.876/99. Esse cálculo é tão perverso que só é aplicado para os mais pobres como, por exemplo, aqueles que recebem de um a sete salários mínimos. A própria redução da jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 40 horas, sem redução salarial é uma proposta real. De imediato seriam gerados cerca de 6 milhões de empregos diretos. Esta proposta deve ser negociada e não imposta. A redução da jornada valoriza a força de trabalho, aumenta a sua renda. Com mais dinheiro no bolso, o trabalhador consome mais, aumenta as vendas do comércio, puxa a produção da indústria e restabelece o círculo virtuoso do crescimento econômico. Homenagearmos os trabalhadores brasileiros é aprovarmos o PLS 89/07 que garante a participação nos lucros das empresas. E é essa cumplicidade capital/trabalho, que Napoleão Bonaparte já pregava, que faria com que o Brasil desse um grande salto de desenvolvimento econômico e social. PAULO PAIM/ Senador (PT/RS)