É gratificante ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que a Previdência Social não é deficitária e que os outros benefícios pagos são efetivamente políticas sociais. Confesso que estamos de alma lavada. Há mais de 20 anos batemos nesta tecla: a Previdência Social no Brasil é superavitária. Ou seja, não há déficit e muito menos que ela esteja quebrada. Muitos faziam "ouvidos de mercador" quando justificávamos que o sistema era contributivo e que não poderíamos confundir Assistência Social com Previdência Social. Portanto, o trabalhador contribui para a Previdência, enquanto a Assistência Social é um dever do Estado. Todas as argumentações utilizadas até hoje não resistem a uma confrontação com dados do próprio Orçamento Geral da União, no qual o Orçamento Fiscal vem sendo regularmente suplementado com recursos desviados do Orçamento da Seguridade Social. Se o percentual do dinheiro da Cofins, CPMF, jogos lotéricos, do lucro, do faturamento e da contribuição do empregado e empregador ficassem na Previdência Social como manda a Constituição Federal, o superávit estaria garantido. Um estudo elaborado pela Associação Nacional dos Fiscais da Previdência Social (Anfip) demonstra, com riqueza de detalhes, as datas, as leis, os valores e os órgãos para os quais foram desviados recursos durante o período de 1999 até 2005. Conforme a Anfip, os desvios chegaram a mais de R$ 56 bilhões. Em 1999, foram desviados exatos três bilhões trezentos e dez milhões quatro mil seiscentos e quarenta e três reais e sete centavos. A sangria prosseguiu: em 2000, foram R$ 8,1 bilhões; em 2001, R$ 10,1 bilhões; em 2002, R$ 6,4 bilhões; em 2003, R$ 5,8 bilhões; em 2004, R$ 10,2 bilhões; e em 2005 a cifra ultrapassou a casa dos R$ 12 bilhões. O próprio presidente da República já teria dito que "se você pegar o que pagam os trabalhadores brasileiros e o que recebem, a Previdência não têm déficit". Em sendo assim, parece-me que estamos passando por uma mudança de comportamento e de entendimento da realidade da Previdência Social no Brasil. E isso é salutar. É bom para o debate. É fundamental para o país. Queira Deus que daqui a 20, 30, 40, 50 anos, quando o Brasil terá uma das populações mais idosas do planeta, nós tenhamos uma Previdência Social voltada para os nossos queridos velhos, para os trabalhadores de ontem, de hoje e que serão os aposentados e pensionistas de amanhã. Como disse o pensador Francis Bacon: "O tempo é o senhor da verdade". Folha, Globo, Correio Brasiliense, DCI, Valor Econômico, Jornal de Brasília, Congresso em Foco, Correio do Brasil. Senado define presidentes de suas 11 comissões permanentes O plenário do Senado Federal aprovou esta tarde, em votação simbólica, as indicações dos partidos políticos para os cargos de direção das 11 comissões permanentes da Casa Legislativa. O PFL conseguiu reconduzir o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que terá como vice-presidente o senador Valter Pereira (PMDB-MS). A CCJ é a comissão mais visada da Casa, uma vez que analisa a constitucionalidade das matérias que chegam ao Senado. O PT conquistou a presidência de outra comissão considerada emblemática na Casa Legislativa: a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ficará no comando da comissão e o senador Eliseu Resende (PFL-MG), na vice-presidência. A CAE avalia as principais medidas econômicas do governo enviadas para o Senado. Já a Comissão de Assuntos Sociais será presidida pela senadora Patrícia Saboya (PSB-CE). O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) vai presidir a Comissão de Educação, que terá como vice-presidente o senador recém-empossado Cícero Lucena (PSDB-PB). O senador Paulo Paim (PT-RS) foi escolhido para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, enquanto o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) estará à frente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. O PFL também escolheu o senador Heráclito Fortes (PI) para presidir a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Já os ex-governadores de Goiás Marconi Perillo (PSDB-GO), e do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB-DF), serão presidentes da Comissão de Infra-Estrutura e da Comissão de Agricultura do Senado, respectivamente. A Comissão de Desenvolvimento Regional terá à frente a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). Briga O PMDB briga para emplacar o senador Wellington Salgado (MG) na presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia e Comunicação do Senado. A comissão será criada na atual legislatura após ser desmembrada da Comissão de Educação. Senador Paulo Paim