O escritor Victor Hugo deixou para nós uma sábia frase. Disse ele: “Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã”. Uma verdade incontestável. São nossos sonhos que movem o mundo. E, nada mais justo que deixar as pessoas sonharem e irem atrás daquilo que almejam. Sabemos, contudo, que por vezes a realidade pode ser uma pedra no caminho e esse entrave precisa ser transposto. Acreditamos que, em casos assim é que nós, legisladores, podemos dar uma mãozinha aos sonhos de tantas pessoas. Os jovens, em especial, têm um mundo de idéias que anseiam por se tornarem reais. E, foi pensando no futuro deles, dos meninos e das meninas que compõem a juventude brasileira, que também tivemos um sonho: criar pelo menos uma escola técnica profissionalizante em cada município brasileiro. Isso por meio da PEC 24/05 que cria o Fundo Nacional de Ensino Profissionalizante (Fundep). Dentre os objetivos do Fundep estão o de geração e manutenção de emprego e renda, o combate à pobreza e as desigualdades sociais e regionais, a descentralização regional, além da elevação da produtividade, a qualificação e a competitividade do setor produtivo. Falamos muito sobre a criação de escolas técnicas profissionalizantes e de quanto elas têm papel fundamental na vida de nossos jovens. Por isso, é imprescindível falarmos de fontes de recursos capazes de manter essas instituições. A educação profissional precisa contar com uma fonte segura de financiamento, não somente para sua manutenção, mas principalmente para sua expansão e desenvolvimento. As receitas virão das arrecadações do Imposto de Renda e Imposto sobre Produto Industrializado (2%) e do PIS/PASEP (7%). Pode parecer pouco, mas o valor investido será bastante alto. Podemos chegar a cerca de R$ 8 bilhões por ano. Felizmente o governo Lula tem se mostrado sensível à causa. Em 2003, nós tínhamos 64 escolas técnicas federais no país. Atualmente já temos 87 novas escolas técnicas federais sendo que esse número será ampliado. Neste ano serão 354 instituições. O Fundep é unanimidade. Não há divisões partidárias ou regionais. Ele é um complemento necessário ao novo quadro educacional introduzido pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Acreditamos nisso porque conhecemos o papel da formação profissional no aumento de oportunidades de emprego para os jovens das classes populares. O Fundep construirá um novo perfil da classe trabalhadora, capaz de contribuir para um inovador projeto de desenvolvimento nacional, ajudando a fazer do Brasil um país cada vez mais justo, democrático e soberano. A educação profissional reduz custos de adaptação dos novos trabalhadores, aumenta a motivação para o trabalho e leva à fidelidade do profissional para com a empresa onde foi aprendiz. Experiências do ensino médio em países como Estados Unidos, Finlândia, Áustria e Suíça comprovam a eficácia do ensino profissional como alternativa para a real capacitação de jovens para o mercado de trabalho. Senador Paulo Paim (PT/RS)