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30.Abril
1º de maio: o que comemorar? - Zero Hora

 1º de maio, Dia do Trabalhador. Neste dia, em 1886, operários norte-americanos lideraram uma greve por melhores salários, pela redução da jornada e contra o trabalho infantil. Foram punidos com a morte. Ato que originou, em todo o mundo, mobilizações e debates sobre assuntos relacionados aos trabalhadores. É importante refletirmos sobre o que aconteceu nesses 119 anos em nosso país. Ainda há muito por fazer. O Brasil tem taxas muito altas de desemprego - 10,8% da PEA em março. O emprego informal cresce sem garantias para os trabalhadores. Ainda registramos trabalhos escravo e infantil. E, vejam, a abolição da escravatura no país só ocorreu em 1888, dois anos após a data histórica que comemoramos. Precisamos homenagear nossos trabalhadores. Como? Diminuindo as taxas de juros. Hoje de 19,5% ao ano, a mais alta do mundo. Distribuindo de melhor forma a renda. É aprovar a PEC Paralela, amplo acordo entre Legislativo, Executivo e servidores que ainda não foi cumprido. É instalar a comissão mista para definirmos uma política permanente para o salário mínimo. É permitir uma auditoria nas contas da seguridade nos últimos 10 anos. Nós, a Anfip e a Cobap dizemos que há superávit, os governos alegam déficit. Homenagear os trabalhadores é assegurar que nossos jovens tenham acesso ao ensino técnico e à universidade. É não nos esquecermos daqueles desempregados com mais de 40 anos, tão discriminados. É enfrentar o debate da redução de jornada sem redução de salários por meio de uma política de incentivos, como fez a França. É discutir a reforma agrária com política agrícola. Devemos garantir a permanência do homem no campo pela paz, sem conflitos. É aprovar os estatutos da Igualdade Racial, da Pessoa com Deficiência, dos Índios e das Mulheres. É olhar para os mais de 24 milhões de aposentados e pensionistas que não tiveram sequer o mesmo percentual dado ao mínimo: 15,9%. É olhar para os servidores públicos, civis e militares. Precisamos ter uma política de recuperação de seus vencimentos. É discutir com equilíbrio a polêmica reforma sindical. Infelizmente, vivemos em um país de extremos. É por isso que fazemos um alerta: homenagear nossos trabalhadores é aprovar propostas que vão ao encontro de seus anseios. Precisamos olhar para trás. Alguns não querem isso, mas assim, olhando para o passado, é que entenderemos o momento atual e projetaremos o futuro de nossa gente.