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14.Junho
CPIs, doa a quem doer - Zero Hora

Decisão acertada. Assim vemos a deliberação dos parlamentares petistas ao apoiar a CPI dos Correios e ao assinar a CPMI do Mensalão. Como defendemos desde o início das denúncias, as investigações devem ser realizadas. Não aceitamos a justificativa de que o governo anterior não realizou CPIs, que as abafaram, as engavetaram, como, por exemplo, a CPI da Compra de Votos da Reeleição, a CPI da Corrupção e a CPI das Privatizações. Ou mesmo de que algumas das realizadas - como a do Banestado, que envolvia R$ 50 bilhões - não deram em nada. Quem veio com o discurso da mudança não pode ter a mesma prática de governos passados. O PT participou ao longo de sua história de CPIs importantes. Podemos lembrar a que levou ao impeachment de Collor de Mello e a do Orçamento. Se depender de nós, assinaremos todas as CPIs propostas. Mesmo sabendo que a qualidade de homens públicos está em suas atuações, não na quantidade de assinaturas em CPIs. Pesquisas recentes mostram que a população brasileira está atenta a todos os fatos. Como dizia Gandhi, mais vale um gesto que mil discursos. Por isso, as imagens que estão sendo divulgadas vão ao encontro dos anseios de 86% da população, que exige respostas. Queremos ir além. Nesse sentido, apresentamos projeto de lei que determina que todo crime de corrupção ativa ou passiva passa a ser imprescritível e inafiançável (PLS 209/05). Isso significa que os corruptos ficarão detidos e terão de devolver o dinheiro retirado dos cofres públicos. Crimes do passado, uma vez comprovados, sofrerão essa penalidade. O crime de corrupção retira de milhões de brasileiros a possibilidade de acesso a itens básicos como alimentação, saneamento, aposentadoria, salário mínimo decente, ensino fundamental, saúde pública, habitação, proteção a crianças e idosos, entre outros direitos. Discordamos daqueles que dizem que CPIs são apenas palanques. Elas têm um componente político inerente ao processo democrático. Algumas acabaram em pizza, mas outras tiveram resultados que jamais serão esquecidos por nosso povo. As CPIs são instrumentos fundamentais da democracia, por isso não podem ser banalizadas. Foi esse processo democrático e transparente que possibilitou, no governo Lula, termos cerca de 1,2 mil pessoas presas por crimes de corrupção. Fato nunca registrado na história do país. As atuações da Polícia Federal e do Ministério Público merecem ser elogiadas. Conhecemos o presidente Lula, sua história de vida, seu compromisso com a verdade e com a transparência. Defendemos as CPIs por acreditarmos na importância desse instrumento. Nossa conduta é pautada pela defesa dos direitos dos brasileiros. Temos obrigação de construir um país mais digno e igualitário, sem corrupção, doa a quem doer. Paulo Paim é Senador da República pelo PT do Rio Grande do Sul e preside as Subcomissões da Igualdade Racial e Inclusão (CDH) e do Trabalho e Previdência (CAS)