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07.Março
Marcha dos aposentados - Jornal do Comércio

Foi em Aparecida do Norte que pescadores encontraram em um rio a imagem de uma santa negra. Hoje, ela é a padroeira do Brasil, e considerada por muitos como guardiã das crianças e dos idosos. Aparecida é uma espécie de “Meca”, onde as pessoas vão agradecer e pedir graças e, nos últimos anos, transformou-se também em ponto de encontros e debates. Tive a oportunidade de estar lá em janeiro, participando de um debate a convite da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). Dentre as discussões, a que mais entusiasmou foi o projeto de lei nº 58/2003, de nossa autoria. O seu artigo primeiro, diz que as aposentadorias e pensões que vêm sendo pagas pela Previdência Social aos seus segurados e pela União, aos seus inativos e pensionistas, terão seus valores atualizados. A intenção é restabelecer o poder aquisitivo considerando-se o número de salários mínimos que representavam na data de sua concessão. Por justiça, estaremos recompondo o poder de compra de milhões de cidadãos que contribuíram a vida inteira. Nesta ocasião, a Cobap deu início à coleta de mais de um milhão de assinaturas pela aprovação do projeto. Também foi decidida a realização, em abril, da “Marcha sobre Brasília”. Uma caminhada cívica. Uma cruzada moderna para exigir direitos de quem muito fez pelo País, mas que há décadas vêm perdendo direitos. E não é por menos. As perdas até hoje, se usarmos como referência o ano de 1995, já chegam a 50%. Dependendo dos próximos reajustes, essas perdas poderão atingir 60%. Se continuar esta lógica perversa, em poucos anos todos os aposentados estarão ganhando somente um salário mínimo que, com certeza, não permitirá que eles vivam com dignidade. Não há alternativa senão a mobilização nacional para pressionar o Congresso a conceder o mesmo reajuste do salário mínimo. Quanto às perdas, podemos negociar os valores, mas o que não podemos é permitir que os aposentados percam mais do que já perderam. Os aposentados sabem que só vão alcançar a vitória com muita mobilização e participação. Paulo Paim (PT-RS)