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04.Maio
Orizicultura: Problemas e Soluções

O ingresso do arroz oriundo do Uruguai e da Argentina preocupa os nossos  produtores de arroz. Prejuízos e reivindicações provocam o protesto do setor orizícola gaúcho na fronteira com o Uruguai. O movimento objetiva impedir o ingresso de carregamentos do produto nas fronteiras e chamar a atenção do governo federal para a crise que vive o setor. O preço do implemento agrícola, a alta carga tributária brasileira e o ingresso do arroz oriundo do Mercosul sem barreiras tarifárias são algumas das preocupações dos nossos produtores. Principalmente porque somos auto-suficiente na produção de arroz, temos grãos suficientes para abastecer o mercado interno. O Leilão de Prêmio de Risco ocorrido quarta-feira passada (27/04) foi um ponto positivo para o aquecimento dos negócios, um paliativo utilizado para garantir um preço compatível com o custo de produção. A primeira fase do processo de comercialização, ocorrida entre governo e empresários obteve um bom resultado, considerando-se que foram negociados 1.142 contratos dos 3.148 existentes no Rio Grande do Sul. Na segunda fase, marcada para próxima semana, será a vez do pregão entre empresários e produtores. O Governo tem demonstrado, apesar dos poucos recursos existentes, interesse em socorrer os orizicultores buscando alternativas viáveis, como a promoção do Leilão de Prêmio de Risco. Por outro lado, não poderia deixar de salientar as justas reivindicações do setor, pois investir em lavouras que tem provocado sucessivos prejuízos econômicos. A falta de balanças e de fiscalização fito-sanitária nas fronteiras brasileiras é um afronte à produção agrícola nacional. Agricultores brasileiros têm adquirido implementos agrícolas com preços mais altos que o exportado, decorrente da carga tributária e das isenções do Mercosul. Não tem lógica o país exportar colheitadeiras a um preço inferior ao praticado no mercado interno. É preciso que se abra um amplo debate entre governo e produtores para rever esta situação. Considero importante, ainda, alinhavar, junto aos demais países do Mercosul, a busca de novos mercados para o arroz. A Europa e a África têm mostrado que poderão ser excelentes opções de mercado. A Tailândia, maior exportador mundial de arroz, está com problemas de oferta do produto, talvez seja a oportunidade que faltava para avançarmos no mercado internacional. Senador Paulo Paim (PT-RS)