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12.Julho
Cientista social cobra políticas públicas para reduzir violência contra a mulher

Debate na CDH avalia resultados de estudo da Fundação Perseu Abramo e do Sesc, mostrando que maioria sofre agressões e discriminação no mercado do trabalho. Até homens admitem que sociedade brasileira é machista É necessário implantar políticas públicas voltadas à redução da violência contra as mulheres ou se continuará apenas a relatar números e dados estatísticos, alertou a cientista social Tatau Godinho, da Fundação Perseu Abramo, do Partido dos Trabalhadores (PT), em audiência pública que discutiu o estudo Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, com foco na violência. O debate foi promovido pela Subcomissão Permanente em Defesa da Mulher, da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A pesquisa, realizada em 2010 pela fundação, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), abordou, além da violência doméstica, temas como machismo, trabalho, tempo livre, mídia, sexualidade, saúde e política. Tatau Godinho disse que mulheres entrevistadas em todo o Brasil afirmaram sofrer violência doméstica e discriminação no mercado de trabalho. Para elas, os meios de comunicação, especialmente as novelas, incentivam o machismo e a violência contra as brasileiras. Essa violência, segundo a especialista, pode ser física ou psicológica. De acordo com o estudo, disse a cientista, 90% dos homens consideram a sociedade brasileira machista e 74% dos deles afirmaram não se considerarem nessa condição. O ex-senador e presidente do Sesc-DF, Adelmir Santana, observou que o estudo poderá servir como instrumento para embasar a apresentação de proposições em benefício das mulheres. Para Ana Rita (PT-ES), as políticas devem ser dirigidas também aos homens. Ela sugeriu a realização de campanhas informativas, assim como investimento em educação. Cristovam ­Buarque (PDT-DF) acredita que é na escola que se começa a ensinar machismo. Marta Suplicy (PT-SP) disse que as crianças são expostas a modelos de violência. Em qualquer desenho animado, observou, os conflitos são resolvidos com violência. Segundo ela, historicamente as mulheres sofrem violência; o diferencial, agora, é que estão tendo coragem de denunciar seus agressores.