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03.Agosto
Centrais apostam em integração sul-americana

Inácio Arruda crê que plano Brasil Maior vai sobrecarregar empresários e trabalhadores A integração da América do Sul é importante para incrementar a economia dos países do continente e, assim, preservar empregos e renda. O tema foi ressaltado em audiência na Subcomissão Permanente em Defesa do Emprego e da Previdência Social, que tratou da "Defesa do emprego no contexto da crise mundial". O plano de estímulo à indústria — denominado "Brasil Maior" —, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff, também foi debatido. VEJA MAIS Paim registra preocupação com a concorrência chinesa Economista considera real o risco de sucateamento do parque produtivo brasileiro Desoneração não deve incluir bancos, defende Paulo Paim O Brasil Maior recebeu objeções do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Em sua avaliação, a política de juros, de câmbio flutuante e de superávit primário adotada vai sobrecarregar os empregadores e trabalhadores brasileiros. — A política macroeconômica contenta apenas aos banqueiros e não à população — disse. Para evitar a "desindustrialização" — pela qual os países do hemisfério Sul passam apenas à condição de exportadores de ­commodities —, Ubiraci Dantas de Oliveira, que representou a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, afirmou que Dilma deveria ter adotado, desde janeiro, plano similar ao lançado por Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembrou que, para enfrentar a crise financeira mundial em 2008, Lula aumentou o salário mínimo e incentivou o consumo para preservar o Brasil, o emprego e o desenvolvimento nacional. A integração entre os países sul-americanos, ressaltou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pode contribuir para manter os parques industriais diante da crise que atinge os Estados Unidos e a Europa. Para ele, por meio da organização dos trabalhadores, poderá ser construída uma "democracia popular" no continente. Também João Batista da Rocha Lemos, representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e vice-?presidente da Federação Sindical Mundial, defendeu a integração continental. Ele afirmou que o Brasil Maior não vai beneficiar o país se as regras do jogo não forem mudadas. Em sua avaliação, a retomada do desenvolvimento industrial depende de reforma tributária sem retirada dos direitos dos trabalhadores. O secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio Grande do Sul, Claudir Antônio Nespolo, defendeu uma agenda centrada na busca do trabalho decente e digno. — O centro da nossa política em nível do Mercosul, da CUT, e tenho certeza das outras centrais, é disputar o tema do trabalho decente, o trabalho digno, o trabalho com direitos, com carteira assinada, com direito à aposentadoria, à previdência e à saúde — declarou. A audiência foi conduzida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da subcomissão. Fonte: Jornal do Senado