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16.Maio
Sim à redução da jornada de trabalho - Jornal do Comércio

Creio que o nosso País está maduro o suficiente para reduzir a jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 40 horas, sem redução de salários. Desde 1995, em parceria com o então deputado federal e agora senador Inácio Arruda, defendo esta idéia via proposta de emenda à Constituição. Estudo do Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos (Dieese), indica que a redução de jornada geraria de imediato cerca de três milhões de novos postos de trabalho. Em um segundo momento, com a redução de uma hora por ano, até chegarmos a 36 horas semanais, seriam criados aproximadamente sete milhões de empregos. É claro que para potencializar a criação de novos empregos, a redução da jornada de trabalho deve vir acompanhada de medidas como o fim das horas extras e do banco de horas. É preciso que todos entendam que a redução de jornada só representará uma vitória se for fruto do entendimento, entre empregados, empregadores e governo, pois o País decente que queremos está baseado na humanização das relações de trabalho, onde todos podem sair vencedores.O empresariado brasileiro necessita de incentivos para a produção e redução de custos, como, por exemplo, a transferência de parte dos encargos sobre a folha para o faturamento. Com isso toda a sociedade assumiria a sua responsabilidade com o social e os empreendedores não teriam ônus por estarem gerando novos empregos. Já os empregados, que são a força viva do trabalho, necessitam de uma participação maior no sistema para ter uma vida digna. É bom enfatizar que com a redução da jornada teremos menos acidentes de trabalho. Os trabalhadores poderão se preparar mais para conviver com as novas tecnologias. Eles também terão um tempo maior para ficar com suas famílias. E, ainda, estaremos fortalecendo o ciclo natural da economia, incrementando, assim, o mercado interno. É importante lembrar que quanto mais pessoas estiverem trabalhando, mais a Previdência será beneficiada, o que garante um salário decente para os aposentados.Senador PAULO PAIM (PT/RS)