O Senado ao aprovar nosso projeto que revoga o fator previdenciário (PLS 296/03), beneficiou 30 milhões de trabalhadores. Se aprovado na Câmara e sancionado pelo presidente, a forma de cálculo será feita com base nas 80 maiores contribuições. Isso a contar de 94 até os dias de hoje, garantindo o princípio da integralidade.Com a incidência do fator já no ato da aposentadoria as mulheres perdem até 40% e os homens 35%. Isso se dá em razão do cálculo que leva em consideração a idade, a alíquota e o tempo de contribuição no momento da aposentadoria, e a expectativa de sobrevida (conforme tabela do IBGE). Quanto maior a expectativa de vida, menor será o valor do benefício a ser recebido.O fator só atinge os mais pobres, por isso precisa ser revogado. Quem ganha R$ 25 mil no serviço público não tem fator, é justo que quem ganha até R$ 3,38 mil tenha o mesmo direito. Quando derrotamos o fator, como alternativa apresentamos a proposta de idade mínima que garante a mesma fórmula usada para os servidores (PEC 10/08). O Senado, consciente dos fatos, aprovou também emenda de nossa autoria ao PLC 42/07. Assim, fica garantido a todos aposentados e pensionistas, até 2023, a mesma política e o mesmo percentual de reajuste dado ao mínimo. O país tem hoje cerca de 25 milhões de beneficiários. Desses, 8 milhões de segurados recebem benefício acima do salário mínimo. A extensão do percentual de aumento do mínimo a todos aposentados e pensionistas terá um impacto mensal de aproximadamente R$ 350 milhões. Para este ano o estimado seriam R$ 3,5 bilhões. tro ponto que deve ser ressaltado é o propagado déficit da Previdência. Um levantamento feito pela ANFIP mostra que o saldo da Seguridade Social em 2007 foi de R$ 60,6 bilhões. Outro estudo da instituição demonstra que em apenas dez anos mais de R$100 bilhões foram destinados para outras áreas. É importante nos lembrarmos que o país abriu mão de R$ 40 bilhões arrecadados pela CPMF. Recentemente comemorávamos as reservas internacionais, suficientes para pagar a dívida externa e, ainda assim, ter dinheiro em caixa. Neste momento em que a economia vai muito bem, ultrapassando a barreira de 5% do PIB, temos que pensar naqueles que deram a sua vida pelo país. Temos de lembrar que a inflação do idoso entre 94 e 2004, ficou em 224,30% e para a população em geral foi de 175,96%. Queira Deus que a Câmara tenha a mesma posição do Senado.Senador PAULO PAIM