O senador Paulo Paim (PT) esteve em Erechim na última sexta-feira, 4, participando de encontro com representantes de entidades de classe, cooperativas, estudantes, movimento social e comunidade em geral. No ginásio do Sindicato dos Metalúrgicos, ele falou sobre o fator previdenciário, educação pública e qualificação profissional. O evento teve a coordenação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdecir Frare, e do vereador Jaime Basso (PT). O representante do Sindicato dos Comerciários, Wilmar Wilson Kwoll, entregou um documento elaborado pelas entidades representadas, contendo as suas reivindicações. Também participou do evento a Atapers – Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Alto Uruguai. Paim criticou fortemente o fator previdenciário – fórmula usada para calcular o valor das aposentadorias do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, que é aplicado para cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, sendo opcional no segundo caso. Criado com o objetivo de equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício, baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado. (Senador Paulo Paim esteve na sexta-feira (4) em Erechim / FOTO LAONE AMARAL/ESPECIAL/DM ) Conforme Paim, o fator previdenciário tem o objetivo de evitar que trabalhadores se aposentem cedo, recebendo valor bem abaixo da contribuição. “Eles argumentam que somente uma pequena parcela vai ser atingida. Então, por isso, mesmo, não precisa ter”, afirmou, sobre debate que teve com técnicos do INNS. Autor de dois projetos que tratam do assunto, Paim explicou que este mecanismo prejudica os mais pobres porque, na prática, a sua aplicação acaba reduzindo em até 40% o valor da aposentadoria. Líderes das principais centrais sindicais do país já se manifestaram a favor da extinção do fator previdenciário. Há 26 anos com mandato eletivo, mesmo sendo da base do governo, defendeu a mobilização popular para pressionar não só o Executivo, mas o próprio Congresso Nacional. “Não é porque elegemos um presidente como o Lula, oriundo do setor sindical, e a presidenta Dilma Rousseff, que também vem dos movimentos de esquerda e é uma pessoa comprometida com as lutas, que está tudo resolvido. Infelizmente, o político só age sob pressão”, afirmou. O senador ainda se manifestou sobre outros assuntos, como o andamento de projetos relacionados à redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e o fim da estabilidade para os dirigentes sindicais. Recebeu documentos reivindicatórios de Assistentes Sociais, Sindicato dos Comerciários e do Sindicato do Vestuário, além de motoristas (SOS Caminhoneiro). “A fala do companheiro Paim foi bastante esclarecedora. É um aliado que o trabalhador sabe que tem lá no Congresso Nacional e que está do nosso lado não só na questão da Previdência, mas de tantas outras de interesse da maioria do povo brasileiro”, resumiu o vereador Basso. O prefeito Paulo Polis também se manifestou, confirmando a parceria do município com o senador. No final do encontro, Paim autografou a segunda edição do livro “O Rufar dos Tambores”, de sua autoria e que traz passagens de diversos momentos da política nacional e internacional, mostrando a importância das mobilizações neste cenário.