Todos os anos quando, no 1º de maio, o país pára suas atividades para homenagear seus trabalhadores, sejam eles da ativa ou aposentados, o significado da força trabalhadora ecoa através do silêncio das máquinas, dos escritórios, dos bancos, dos restaurantes, dos consultórios, das escolas fechadas, das feiras, das ruas comerciais abandonadas e, nos campos, quando as enxadas repousam e os tratores calam. É nesse silêncio que enxergamos o poder dos brasileiros no trabalho. Percebemos que o caminho que uma Nação percorre tem suas pegadas fortes, as quais dão vida e fazem pulsar o coração do espaço que ocupamos.Que homenagens fazer àqueles que têm tamanha representatividade? Não seria melhor se o 1º de maio fosse transformado em Dia do Trabalhador, ao invés de comemoramos o Dia do Trabalho? É o que propomos no PLS 103/08. E se transformarmos em Leis projetos como o fim do fator previdenciário e a correção das aposentadorias pelo mesmo índice de reajuste dado ao salário mínimo? E se aprovarmos o Fundep, uma fonte de financiamento para escolas profissionalizantes, preparando assim os jovens para o mercado de trabalho? E por que não reduzirmos a jornada de trabalho? Bastaria aprovar a PEC 75/03 que geraria, de pronto, quatro milhões de empregos.No governo Lula foram criados 8 milhões de empregos formais e o salário mínimo já avançou muito, mas é possível avançar mais. Podemos somar a tudo isso condições mais igualitárias no mercado de trabalho para homens e mulheres, brancos e negros. Devemos valorizar o trabalhador rural que, de sol a sol, produz o santo alimento de cada dia. Temos que mudar o triste quadro dos trabalhos infantil e escravo.Fazer com que todos os trabalhadores tenham acesso à educação, à moradia, à saúde, ao emprego e renda seriam formas de presenteá-los. Por que não aprovarmos o PLS 89/07 que garante a participação dos trabalhadores nos lucros?Vamos debater a CLT nos seus 65 anos. Não aceitaremos nenhuma proposta que venha restringir os direitos históricos da nossa gente, tal como o PL 1987/07.Acreditamos que devemos libertar os trabalhadores da desigualdade, da injustiça social, da concentração de renda, da falta de implementação de seus direitos. Devemos respeitá-los em sua luta e sua história, em sua participação no crescimento do país. O PIB já ultrapassa 5%. E devemos somar a tudo isso nosso aperto de mão mais forte, nosso abraço mais sentido e nosso coração pulsante pela mesma causa: a dignidade do trabalhador brasileiro. Senador PAULO PAIM (PT/RS)