Apesar de apontar como avanços as ações afirmativas iniciadas pelo governo Lula e continuadas pela presidente Dilma Rousseff, Eduardo Suplicy (PT-SP) observou que os dados do Censo 2010 do IBGE revelam que a pobreza no Brasil ainda é majoritariamente negra.— No Brasil, as crianças negras têm um índice de mortalidade 50% maior que as crianças brancas; os negros são maioria nas penitenciárias; o ganho do negro no mercado de trabalho é metade do ganho do branco que ocupa a mesma posição.Ao comentar o censo, Paulo Paim (PT-RS) registrou que as políticas afirmativas têm contribuído para melhorar a autoestima dos negros. — Dados recentes do IBGE mostram que a grande maioria dos negros do Brasil, até um tempo atrás, não assumiam a cor da sua pele. Hoje, podemos dizer que a ampla maioria dos negros do Brasil já assume que é negro, valoriza a sua cor.Paim pediu maior empenho do Congresso na aprovação de projetos focados na redução das desigualdades raciais e sociais. Ele citou projeto de lei da Câmara (PLC 180/08) que estabelece cotas em escolas públicas para negros, indígenas, pessoas com deficiência e pobres; proposta de emenda à Constituição (PEC 2/06) que cria o Fundo de Promoção da Igualdade Racial; e projeto de lei do Senado (PLS 113/08) que cria o Centro de Integração Quilombola.— É preciso acabar com a república das exceções, em que, nos altos escalões, existe somente um negro aqui ou acolá, seja no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e principalmente na iniciativa privada — disse. Fonte: Jornal do Senado