Durante toda nossa vida recebemos conceitos prontos. Sem percebermos eles alicerçam-se em nossa personalidade e transformam-se em crenças. Crenças estas que levamos como verdades durante grande parte de nossas vidas.  A discriminação racial está presente em nosso meio muito mais do que possamos imaginar. A maior parte das pessoas está inserida e age como o sistema exige, sem nem sequer dar-se conta disso. A primeira reação ao nos perguntarem se teríamos coragem de discriminar alguém, indica o quanto precisamos reavaliar nossos conceitos.  Por isso a importância da luta contra qualquer tipo de desigualdade. As ações afirmativas são parte de um contexto onde estarão presentes a educação, a saúde, a distribuição de renda, a vida digna... Somos defensores das ações afirmativas porque entendemos que a livre promoção não funciona num país que está longe de ter igualdade de oportunidades para todos. A prova disso é que somos mais de 48% da população e freqüentamos a universidade em um percentual de apenas 2%. Isso que não mencionamos o mercado de trabalho, os postos em altos cargos executivos, os cargos eletivos, a mídia.Na sociedade em que vivemos a livre promoção do indivíduo, de sua liberdade e competência só estará contemplada quando não houver mais qualquer resquício de discriminação.   É imprescindível o trabalho de resgate da auto-estima do afrodescendente e de todos os discriminados para que assumam sua realidade por inteiro, levantem a cabeça, olhem nos olhos de quem quer que seja, de igual para igual, e assumam seu papel como cidadãos. Nossa contribuição está presente no PL 3.198/2000, Estatuto da Igualdade Racial que inclui um conjunto de ações na busca por um mundo bem melhor.          Somos defensores das ações afirmativas porque entendemos que a livre promoção não funciona no país   Que neste 13 de maio possamos fazer uma reflexão sobre esta luta. A luta das Marias, dos Pedros, das Déboras, das Lucianas, da sociedade inteira, branca, negra, de todas as raças. Rever nossos conceitos significa amarmos uns aos outros, sem qualquer resquício de discriminação. É a conquista do Brasil da liberdade, da consciência, da igualdade. Um Brasil que não é só meu, não é só seu, é de todos nós.  Esperamos que os comerciantes gaúchos aproveitem a redução dos juros decretada pelo Banco Central e repassem essa queda aos consumidores. Com isso favorecem o aumento do consumo, que requer mais produção e acaba gerando novos empregos.Senador do PT/RSPaulo Paim PT/RS