Especialistas defendem união de esforços contra 'bullying' Em audiência pública nesta segunda-feira (28) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), os debatedores defenderam a união de esforços de todos os segmentos da sociedade na busca de soluções para enfrentar a prática do bullying no ambiente escolar. Veja mais Promotor sugere reforçar autoridade das escolas para combater 'bullying' De acordo com o psicólogo Augusto Pedra, o bullying é uma epidemia psicossocial com "um rápido poder de propagação". Ao contrário de outras ações violentas, explicou Pedra, o bullying se caracteriza por ações deliberadas e repetitivas sem motivo evidente, pelo desequilíbrio de poder entre agressores e vítimas e por causar constrangimento ao agredido. Para o psicólogo, o envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental para a superação dessa epidemia. - O bullying se propaga com uma velocidade muito grande. Nós precisamos somar nossos esforços para enfrentar e erradicar esse mal de uma vez por todas - disse. Segundo Pedra, o bullying afeta o processo de socialização, ensino e aprendizagem, além do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, acarretando sequelas para toda a vida. Ele também observou que a carência afetiva, a ausência de limites e os maus tratos por parte dos pais são os principais causadores do problema. Participação dos pais Ao narrar experiências de combate ao bullying desenvolvidas em escolas do Distrito Federal, a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), professora Amábile Pácios, defendeu maior participação dos pais no ambiente escolar para a superação do problema. Segundo ela, as famílias têm atitudes paradoxais em relação ao bullying. - Ou os pais acham que tudo é bullying e denunciam até casos de crianças de dois anos que mordem outras crianças ou fingem que não acontecem casos de violência com seus filhos - afirmou. Para ela, a falta de dados concretos sobre bullying também dificulta o combate à violência no ambiente escolar. De acordo com a professora, são comuns os casos de diretores de escolas públicas e particulares que se negam a relatar casos de violência para não prejudicar a imagem da instituição de ensino. - Por vezes, o diretor prefere dizer: não, na minha escola não há bullying, do que assumir publicamente que ela tem esse fenômeno no seu interior - disse. Rodrigo Baptista / Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado) Comissão do Senado discute formas de combate ao ‘bullying’ Atendendo a requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realizará audiência pública na próxima segunda-feira (28), a partir das 9h, para discutir o combate ao bullying. O termo é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bullytiranete ou valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Para essa audiência, foram convidados o promotor de Justiça da 27ª Promotoria de Justiça do Mato Grosso do Sul, Sérgio Harfouche; o vereador Paulo Coimbra, da Câmara Municipal de Campo Grande (MS); o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Torres de Avelar; o psicólogo especialista em bullying escolar, Augusto Pedra; e a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, professora Amábile Pácios. Ricardo Icassatti / Agência Senado