Representantes de entidades que reúnem auditores fiscais, sindicatos e aposentados argumentam pela extinção do fator previdenciário e instituição da "desaposentadoria" Segundo Paim (3º à esq.), sociedade e parlamentares precisam se mobilizar para aprovação do projeto no Congresso A extinção do fator previdenciário e a instituição da "desaposentadoria" foram apoiadas pelos participantes da audiência pública que discutiu o assunto na Subcomissão Permanente em Defesa do Emprego e da Previdência Social. Paulo Paim (PT-RS), que requereu o debate, considera que agora é necessária a mobilização da sociedade e de parlamentares para que as medidas sejam aprovadas no Legislativo. O projeto que extingue o fator previdenciário (PLS 296/03), do próprio Paim, está pronto para ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados. Já o que propõe a desaponsentadoria (PL 3.884/08), do deputado Cleber Verde (PRB-MA), tramita nas comissões da Câmara. A desaposentadoria, similar à reversão no serviço público, assegura ao aposentado que voltar à atividade o direito de renunciar ao benefício previdenciário, contando o tempo de contribuição anterior para recalcular o valor de sua aposentadoria mais tarde. Na avaliação do secretário de Políticas do Ministério da Previdência Social, Leonardo José Rolim Guimarães, o fator previdenciário é "um índice perverso", que reduz o salário dos aposentados, em média, em 30%. Em alguns casos, a redução chega a 50%. O presidente do Conselho Executivo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), Álvaro Sólon de França, destacou que a Previdência Social é fundamental para reduzir as desigualdades regionais e movimentar a economia, em especial a de pequenos municípios. No mesmo sentido, o secretário nacional de Finanças da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Lindolfo dos Santos Neto, disse que a valorização da economia interna passa pelo aumento da produção, do salário mínimo e das aposentadorias. Para Moacyr Roberto Tesch Auersvald, secretário-geral da Nova Central Sindical de Trabalhadores, o fator previdenciário prejudica especialmente quem começou a trabalhar muito cedo. Já o presidente da Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil, Warley Martins Gonçalles, anunciou que, se a negociação para aprovação das duas propostas não for bem-sucedida, os aposentados farão vigília no Parlamento.