A conquista da igualdade social, da justiça e da democracia passam, necessariamente, pela educação. Temos consciência de que a educação que idealizamos está muito longe daquela que temos. Ao avaliarmos as formas de acesso ao ensino superior, percebemos que o novo governo tem encontrado algumas saídas para este impasse. A alternativa dos alunos de baixa renda sempre foi o Crédito Educativo (Creduc), hoje Financiamento Estudantil (Fies). As dificuldades de pagamento dessa dívida são imensas. Basta analisarmos o número de inadimplentes nos contratos ativos do Creduc. Do total de 199.562 dos contratos ativos, 163.865 estão na lista dos não pagadores. Felizmente, o governo encontrou uma saída para os contratos realizados até 31 de maio de 1999, mediante a Medida Provisória nº141, publicada no Diário Oficial da União de 02 de dezembro de 2003. A medida autoriza a Caixa Econômica Federal a renegociar as dívidas e propor incentivos para quem quiser quitar os contratos, que serão avaliados individualmente. A análise baseia-se nos critérios de prazo de contrato, tempo de inadimplência e adimplência, perfil do tomador, taxa de juros originalmente aplicada, valor da dívida e outros. Vale lembrar que não estão incluídos nesta MP os estudantes contemplados com o Financiamento Estudantil (Fies). O Brasil tem diferentes realidades. De um lado a classe média que quer estudar e necessita de financiamento e outra totalmente carente. Para enfrentar este problema o Ministério da Educação está analisando uma nova proposta Programa de Apoio ao Estudante do Ensino Superior - PAE - direcionado a alunos carentes. Os estudantes selecionados para as vagas disponíveis, entrariam, em contrapartida, num programa de alfabetização de adultos. A proposta está em estudo e já estariam disponibilizadas cerca de 10.000 bolsas para 2004. O desafio deste novo governo será diminuir drasticamente as distâncias educacionais entre os que podem freqüentar escolas particulares ou cursos pré-vestibulares e os que, até o ensino médio, nunca saíram dos portões das escolas públicas. Desafio maior é a permanência em universidades particulares, sem recursos para tal. Num país de desigualdades como nosso é imprescindível a presença do ensino público gratuito para todos. A sociedade que buscamos depende da concretização desse sonho. Paulo Paim PT/RS