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30.Junho
O maior desafio do Brasil - Zero Hora

São muitos os desafios apontados pela atual conjuntura mundial, especialmente para os países em desenvolvimento. Em se tratando do Brasil, talvez o maior deles seja a criação de milhões de empregos. Ao completar 180 dias, o novo governo já começa a receber a fatura dos milhões de eleitores que apostaram na mudança. Se o binômio emprego-renda digna é a mola mestra de um novo projeto de desenvolvimento nacional, resta-nos arregaçar as mangas para viabilizá-lo. Como corresponder às expectativas de milhões de jovens que todo ano esbarram na exigência de mão-de-obra altamente qualificada? Como eliminar o déficit dos currículos escolares diante do avanço tecnológico? A formação de trabalhadores capazes de enfrentar a conjuntura atual exige do país um investimento imediato e significativo na educação profissional. Neste sentido, o Congresso Nacional constituiu, no último mês de abril, a Frente Parlamentar em Defesa da Educação Profissional.A boa notícia é que um dos pilares para a consolidação dos objetivos desta Frente já existe. Trata-se do Proep - Programa de Expansão da Educação Profissional, uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com o Ministério do Trabalho, que está adequando cursos às demandas do mundo do trabalho e às exigências da tecnologia moderna. O programa conta com 50% dos recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 50% divididos entre o Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT) e dotações orçamentárias. Se o Proep já está estruturado, por que não investir no time que tem tudo para ganhar?Lamentavelmente, no entanto, o Proep está passando por um aperto. Em 2003, o orçamento de R$ 62,7 milhões, foi reduzido para R$ 42,7 milhões, resultando no cancelamento de convênios. O descontingenciamento dos R$ 20 milhões do orçamento seria muito bem-vindo, mas a encruzilhada leva-nos a apostar em outras fontes de recursos. Entre elas, restos a pagar do FAT e a suplementação orçamentária. Cabe lembrar ainda que o orçamento de 2004 deverá destinar recursos expressivos à formação profissional. É claro que outras medidas precisam ser tomadas para a geração de emprego e a formação de mão-de-obra. Mas, se o Proep já está estruturado, por que não investir no time que tem tudo para ganhar?É mais barato. Além de ser uma maneira concreta de começar a exorcizar um quadro ruim para os jovens que querem ser trabalhadores, mas muito pior ainda para o Brasil, que deixa de preparar-se adequadamente para enfrentar o mercado globalizado e cada vez mais competitivo.Paulo Paim PT/RS