A manutenção dos direitos conquistados com o sacrifício de anos e anos dos trabalhadores e que fazem parte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada por Vargas em 1943, foi defendida pelo senador Paulo Paim, do PT gaúcho, durante audiência pública realizada nesta sexta-feira (16), no plenário Délio Maranhão, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do Rio de Janeiro. “A CLT e a previdência social são patrimônio dos trabalhadores e de toda nossa gente, do nosso povo. Não vamos admitir que, venham agora, mais uma vez, querer flexibilizar os artigos desse código, assim como tentaram em 2001. Isso é de uma irresponsabilidade que tem o caráter único de precarizar as relações de trabalho no Brasil”, disse Paim. Ele acrescentou que o movimento sindical e social tem que estar nas ruas exigindo que os poderes constituídos respeitem a Constituição Federal, a CLT e a Previdência Social. “Na Espanha o povo e os sindicalistas estão nas ruas e nas praças, com suas bandeiras de luta, protestando e fincando o pé contra a reforma trabalhista”, lembrou. Segundo Paim, toda vez que há uma crise econômica mundial os trabalhadores e os aposentados são pegos para “bodes expiatórios” de um falso realinhamento conjuntural entre as economias dos países. “Há quase uma década o Brasil caminha com suas próprias pernas. Estamos crescendo e caminhando na direção do pleno emprego. E, mesmo assim, persistem os ataques aos direitos da classe trabalhadora. Querem reduzir as contribuições do empregador de 20% para menos de 1%. Vão fazer com que a longo prazo todos os benefícios sejam de 1 salário mínimo”, completou. Paim aproveitou a ocasião e prestou uma homenagem ao ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Arnaldo Lopes Süssekind (95 anos), presente no evento. Ele é o único remanescente da comissão que redigiu o projeto que deu origem à CLT. “Aprendi com meu pai que as coisas da vida são forjadas no amadurecimento e delas resulta a tomada de decisões. Os exemplos e as ações do nosso querido ministro hão de ser seguidos por novas gerações”. Fonte: Assessoria