CORREIO do POVO - Editorial A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado realizou audiência pública nesta segunda-feira para debater os problemas do sistema de transporte público. O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha, e a professora Maria Rosa Abreu, da Universidade de Brasília (UnB), foram alguns dos debatedores. Além da participação de diversos parlamentares, ONGs que têm o transporte como foco de sua atuação também se fizeram presentes e apresentaram sugestões. Para o dirigente da NTU, o setor de transportes não poderia ter sido deixado fora do programa governamental de incentivo à indústria. Aduziu que já vai para 30 anos o período em que o segmento ficou sem receber verbas para resolver seus gargalos. Já a docente da UnB lembrou que é necessário incentivar a adoção de novas saídas para a questão, como o uso de ônibus elétricos, metrôs, aquavias, integração tarifária e políticas de apoio ao uso da bicicleta. Um consenso nas discussões diz respeito à necessidade de o setor público oferecer alternativas qualificadas ao transporte individual como meio de garantir o progresso nas cidades, pois, em breve, com o modelo atual, haverá o risco de todos levarem muito mais tempo em seus deslocamentos. Sem dúvida, hoje os condutores não se sentem seguros de que encontrarão meios de se deslocar rapidamente para seus destinos. A consequência disso tudo são os congestionamentos cada vez mais frequentes, com prejuízos de monta para toda a sociedade. Em abril, entrará em vigor a lei 12.587/2012), Lei de Mobilidade Urbana. Nela há dispositivos que priorizam o transporte coletivo e de massa. É uma boa oportunidade para a União aportar recursos que possam ser empregados na busca de soluções efetivas para a logística do setor.