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10.Abril
Jornalista defende integração para melhorar transporte público do DF

Para melhorar e baratear o transporte público no Distrito Federal, o jornalista Carlos Penna defende a integração entre metrô, ônibus e vans, para que os habitantes da região possam “montar a sua própria linha, combinando trechos” de cada um desses meios. Penna é um dos responsáveis pelo blog Meio Ambiente e Transporte e apresentou a proposta nesta segunda-feira (9), durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) sobre a situação do transporte coletivo no país e as condições de mobilidade nas cidades brasileiras. – No final do dia, um sistema eletrônico online dividiria as receitas entre as partes – acrescentou Carlos Penna. Ele ressaltou, contudo, que é exatamente por essa razão que as empresas de ônibus do Distrito Federal “fogem” da integração: elas teriam a obrigação de abrir sua contabilidade e enfrentar a concorrência de outros meios. O jornalista disse que, apesar das críticas sofridas pelas vans, esse meio é necessário para trechos curtos, ainda que não possam concorrer com os transportes de massa destinados a longas distâncias. – As vans não devem ser usadas em trechos de 20, 30, 40 ou 50 quilômetros – exemplificou. Após apontar o problema ambiental, Penna defendeu o uso de veículos como o metrô, o ônibus eletrônico e o veículo leve sobre trilhos (VLT), “pois representam alternativas não poluentes”. Vítimas Tanto Carlos Penna quanto o presidente da ONG Rodas da Paz, Uirá Felipe Lourenço, atribuíram o elevado índice de acidentes de trânsito ao grande número de veículos de uso individual no país. Lourenço observou que pedestres e ciclistas deveriam ter os mesmos direitos que os motoristas no que se refere aos espaços da cidade. – Os motoristas têm vias contínuas, que levam de um ponto ao outro, mas o pedestre nem sempre tem uma calçada que leva de um ponto ao outro. O ciclista não tem ciclovia ou ciclofaixa que o leve de um ponto ao outro – declarou. Uirá Lourenço reiterou o argumento utilizado pelo ex-presidente da Rodas da Paz, Ronaldo Alves, há um ano, em audiência no Senado. Na ocasião, Ronaldo alertou que, “quando se gasta efetivamente em transporte público, pode-se tirar uma grande quantidade de veículos das vias, mas, quanto mais se fomenta o veículo individual, mais se fomentam os acidentes de trânsito”. Para Carlos Penna, os acidentes que envolvem os automóveis individuais representam o “custo social” desse tipo de transporte. – O índice de pessoas mortas por dia nas guerras do Vietnã e da Bósnia era menor do que o índice de mortos por dia no trânsito do Brasil – afirmou o jornalista, acrescentando que o vitimado é sempre o mais fraco: o pedestre, o ciclista e o motociclista. Penna informou que há, no Distrito Federal, cerca de 1,28 milhão de automóveis – a população da região é de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Uirá Lourenço defendeu o uso de bicicletas como alternativa “prática e rápida ao caos automotivo”. Ele se referiu aos grandes congestionamentos de carros que acontecem no Distrito Federal. Segundo Carlos Penna, a bicicleta se tornou uma alternativa “efetiva” para as pessoas de baixa renda que não têm condição de pagar “os altos preços do transporte público”. O jornalista ressaltou que, para muitos pedestres, o preço da passagem de ônibus é determinante em sua escolha. Sindicalistas A audiência da CDH contou ainda com a presença de representantes sindicais ligados ao setor. O presidente do Sindicato dos Mototaxistas do Distrito Federal, Luiz Carlos Galvão, defendeu que a profissão seja regulamentada. Ele frisou que não se pode confundir o usuário comum de motocicleta com os mototaxistas. – Nós somos profissionais – afirmou. Já o secretário-geral da Federação Nacional dos Metroviários, Luciano Soares Costa, pediu a aprovação do PL 115/07, em tramitação na Câmara, que, entre outras medidas, regulamenta a profissão. Ele explicou que a falta de regulamentação pode resultar na perda de qualidade dos serviços metroviários. Também participou da reunião Luiz Festino, que representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres e a Nova Central Sindical de Trabalhadores. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)