O clima era de comemoração entre os integrantes das centrais de trabalhadores que receberam, ontem à tarde, o senador Paulo Paim (PT) em seu desembarque em Porto Alegre. O político mostrava otimismo diante da proposta de reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham acima do salário mínimo e a extinção do fator previdenciário, aprovada na terça-feira pela Câmara dos Deputados, em Brasília. Faixas e bandeiras do PSol, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi) mudaram a paisagem do Aeroporto Salgado Filho. "Há dez anos lutamos pelo fim do fator previdenciário. Agora, com o reajuste dos apresentados, podemos cogitar que eles recobrem sua dignidade", declarou o presidente da Força Sindical, Cláudio Janta. Ele ressaltou que acredita na aprovação da medida pelo presidente. O secretário-geral da CUT-RS, João Batista Xavier, classificou o aumento como uma histórica conquista da classe trabalhadora. "Paim foi um lutador incansável", afirmou. A entidade também descarta a possibilidade de veto de Lula. O secretário-geral da NCST, Paulino Correa, acredita que o reajuste represente o "início da recuperação da classe". Ele classificou o fim do fator previdenciário como "ponto chave" da luta sindical e não mediu palavras ao elogiar Paim. "Ele é nosso mestre, pois deu o pontapé inicial no processo, mesmo fazendo parte do partido do governo, que é contrário às medidas. É preciso coragem para tomar a iniciativa." Já a diretora do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), Bete Costa, ressaltou que a vitória não representa a reposição do que foi perdido pela categoria. "Quando me aposentei, recebia o equivalente a dez salários mínimos. Hoje esse valor caiu para 3,25 salários", lamentou. A diretora exige que os políticos mantenham a linha de negociação com o governo federal. Fonte: Correio do Povo