A população idosa do país atualmente é bem atendida no que se refere aos benefícios concedidos pela Previdência Social e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), segundo o representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Matheus Stivali. Ele avisa, no entanto, que isso pode mudar com o envelhecimento da população, fenômeno que vem alterando a estrutura da pirâmide demográfica brasileira. Na audiência da CDH, Stivali  afirmou que a quantidade de beneficiários dessas políticas — da Previdência e do BPC — vai aumentar muito nos próximos anos, enquanto as respectivas fontes de financiamento, principalmente a folha de pagamento, devem diminuir, já que a população brasileira em idade ativa deve diminuir. — Temos de pensar com muita antecedência e discutir como será o financiamento — ressaltou o representante do Ipea na audiência. Ao tratar especificamente do BPC, Stivali lembrou que esse benefício utiliza critérios de renda e idade para ser concedido. Ele observou que, considerando que uma parcela cada vez maior da população é idosa, “se o país não enriquecer suficientemente, haverá um público cada vez maior para o BPC”. Outro alerta do pesquisador se refere às práticas dos planos de saúde em atividade no Brasil. Como os preços cobrados por esses planos se baseiam na idade do cliente, ele argumenta que o envelhecimento da população brasileira fará com que — caso sejam mantidas as regras atuais — haja problemas “não somente para os idosos, mas também para os mais jovens que participam do rateio do seguro”. A audiência de ontem foi conduzida pelo presidente da CDH, Paulo Paim. Jornal do Senado (Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado