Nova versão de texto sobre cálculo de tempo para aposentadoria integral deve ser votada nesta semana pela Câmara. Se aprovada, proposição volta para o Senado ainda este ano, conforme informou ontem em audiência pública Paulo Paim, autor do texto original VEJA MAIS Participantes de debate dizem que desoneração na indústria é “caridade com o dinheiro alheio” Paim pede aos deputados que aprovem fim do fator previdenciário nesta semana Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH), ontem, representantes de aposentados e pensionistas cobraram uma solução para a questão do fator previdenciário. O mecanismo reduz o valor do benefício para quem se aposenta antes da idade mínima estipulada em lei (65 anos para homens e 60 anos para mulheres). Alvo de duras críticas da categoria, o fator previdenciário chegou a ser derrubado pelo Congresso há dois anos, mas a decisão foi vetada pelo governo federal. Uma nova versão do projeto, de Paulo Paim (PT-RS), deve ser votada esta semana pela Câmara. Entre representantes de aposentados, de trabalhadores e do governo, Paim (3º à esq.) defende a aprovação da proposta Paim, que é presidente da CDH, explicou que a fórmula mais próxima de um entendimento na Câmara é a que vem sendo chamada de 85/95. De acordo com a proposta, baseada no substitutivo do então deputado Pepe Vargas, a aposentadoria sem cortes aconteceria quando a soma da idade e dos anos de contribuição atingisse 85, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens. — Não é o ideal, mas pior que o atual fator previdenciário não existe — disse Paim. Promessa O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins Gonçalles, afirmou que o presidente da Câmara, Marco Maia, garantiu que o projeto seria votado logo após as eleições municipais. — Se ele não cumprir a palavra, terá enganado os aposentados e pensionistas — disse o sindicalista. Gonçalles pediu que não apenas aposentados e pensionistas se mobilizem para pressionar pela votação, mas também os trabalhadores da ativa, que, conforme salientou, serão tão prejudicados pelo fator previdenciário no futuro quanto os atuais aposentados são atualmente. — O fator previdenciário também é problema do trabalhador de hoje e só vai ter fim se as centrais sindicais se reunirem com a Cobap — reforçou Gonçalles. Paim observou que, aprovado na Câmara, o projeto voltará ao Senado ainda este ano. Ele confirmou que se esforçará pela aprovação. — Nem que eu tenha que entrar em greve de fome aqui, vão ter que aprovar — disse. Jornal do Senado (Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)