Seis pontos dispostos em três linhas e duas colunas permitem 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, sinais de pontuação, números, sinais matemáticos e notas musicais. Esse sistema de grafia em relevo, que possibilita a identificação pelo tato, foi criado pelo francês Louis Braille, por volta de 1825. Braille, que ficou cego aos três anos de idade, desenvolveu seu método a partir da invenção de um oficial que, para ler mensagens à noite em locais onde seria perigoso acender a luz, teria montado um sistema de pontos e buracos. Adotado no Brasil a partir de 1854, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, o método possui normas rígidas, segundo a transcritora Gorette Oliveira, que aprendeu braile em 1990 em curso oferecido a voluntários e familiares de deficientes visuais. — Qualquer transgressão às normas é identificada pelo revisor, que é deficiente visual, e imediatamente corrigida — explica Gorette, que iniciou seu trabalho como voluntária em entidades especializadas. Apesar de o programa de computador facilitar o trabalho do transcritor, todos os sinais não disponíveis têm que ser desenhados manualmente por esse profissional, seguindo as normas. — Tabelas, por exemplo, apresentam elevado grau de dificuldade para o transcritor — ilustra Gorette, que trabalha desde 2008 no serviço de impressão em braile. Tanto a atividade de revisor quanto a de transcritor — que atuam em parceria, como ela define — não são reconhecidas legalmente. Mas há projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) na Comissão de Assuntos Sociais (PLS 67/11) que regulamenta as duas profissões. Jornal do Senado (Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)