Fonte: Jornal do Comércio Processo que pede novo cálculo do benefício de aposentado que voltou a trabalhar aguarda por decisão dos ministros Clarisse de Freitas MARCELO G. RIBEIRO/JC Senador diz que projeto que altera regras pode ser votado em março. O senador Paulo Paim (PT-RS) define como “a luz no fim do túnel” a tese da desaposentadoria, que aguarda julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o parlamentar gaúcho, é provável que a Justiça acate os pedidos de recálculo do benefício, feitos por aposentados que se viram obrigados a voltar a trabalhar (e a contribuir com a Previdência) por terem seus rendimentos reduzidos pela aplicação do fator previdenciário. A criação de jurisprudência nesse sentido, avaliou, dará esperança aos aposentados. “Não acredito que a Justiça vá rever sua posição e dizer que o fator previdenciário é inconstitucional, mas acho possível que dê ganho de causa aos que pedem a desaposentadoria”, afirmou o senador que há anos tenta articular no Congresso e com o governo a adoção de uma fórmula menos prejudicial aos trabalhadores. Paim lembra que há seis anos conseguiu a aprovação unânime do Senado para o uso da chamada fórmula 85/95, mas que desde então não consegue que a Câmara vote a questão. Por essa forma de cálculo, tem direito a aposentadoria com valor integral o trabalhador que, ao somar seu tempo de contribuição e sua idade, totalize 95, no caso de homens, e 85, para mulheres. Segundo o senador, durante o governo Lula, existia vontade pessoal do presidente para aprovar essa fórmula. Porém, não havia consenso entre as centrais sindicais. Agora, no governo Dilma, o senador garante que já há acordo entre os sindicalistas, mas o governo demonstra resistência e tem se articulado para postergar a votação na Câmara. “A previsão era de que o tema fosse votado no início de 2012, mas ficou para o final de novembro e acabaram jogando a questão para o primeiro trimestre deste ano. Oxalá votem até março, mas tenho minhas dúvidas”, explicou.