No debate de ontem, foram ressaltadas as dificuldades de fiscalização — seja pelo número insuficiente de auditores, seja pelas más condições de trabalho e pelos riscos que esses profissionais enfrentam. — O dimensionamento do quadro funcional de inspetores é inadequado para atuar no combate ao trabalho infantil e trabalho escravo, que não é mais só no meio rural, mas também nas capitais. É também insuficiente para atuar contra a terceirização ilícita, um problema enorme no país. Hoje se terceiriza tudo dentro da construção civil — disse Francisco Luis Lima, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho. Para Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), os treinamentos de mão de obra conduzidos no país são ineficientes. — Em 2012, o Sistema S arrecadou R$ 15 bilhões para a tarefa de qualificar a mão de obra. Onde foram aplicados esses R$ 15 bilhões? — questionou o senador. Paulo Paim (PT-RS) lamentou a situação dos trabalhadores terceirizados: — A cada dez acidentes, oito são com terceirizados. Há algo errado. Renato Henry Sant’Anna, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), fez um apelo para que o Congresso defina regras claras para a regulamentação do trabalho terceirizado. Na audiência, foi lançada a Cartilha do Trabalho Seguro e Saudável, da Anamatra. — O objetivo da cartilha é despertar para uma realidade que envergonha o Brasil e a Justiça — disse Sant’Anna, referindo-se à quarta posição do país no ranking mundial de acidentes de trabalho. Jornal do Senado (Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)