A presidente da CDH, Ana Rita (PT-ES), comunicou na reunião de ontem que o colegiado vai discutir maioridade penal com especialistas, parentes de vítimas e entidades da sociedade civil, do governo e do Poder Judiciário.Ana Rita disse ser importante a contribuição do Parlamento para a formação de conceitos sociais. Ela acredita que isso evitará que a sociedade, diante de crimes hediondos, veja o afastamento dos delinquentes como única solução.Paulo Paim (PT-RS) ressaltou que, após crimes chocantes, pesquisas apontam alto índice de apoio a medidas mais rígidas para os adolescentes infratores. No entanto, observou, os senadores devem ter posição “firme e clara” para decidir e rejeitar propostas que levam menores de idade à prisão.— Há versões de propostas que punem não só adolescentes com 14 ou 12 anos, mas também crianças com 3 ou 4 anos. Pesquisas não me intimidam. Meu ponto de vista é muito claro. Vamos debater, mas é um absurdo o que estão propondo — disse Paim.Também na avaliação de Ângela Portela, o encaminhamento de crianças e adolescentes ao sistema prisional não vai reduzir a violência no país. Ela elogiou pronunciamento em Plenário da presidente da CDH sobre o assunto, na quarta-feira.Integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente, Lídice da Mata (PSB-BA) informou que uma reunião em Brasília, nesta semana, discutiu o tema com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Um documento com propostas para discussão será apresentado ao Congresso, disse a senadora. Para ela, a redução da maioridade penal é uma das prioridades de debate parlamentar neste ano.Jornal do Senado