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29.Abril
Paim elogia compromisso de fechar Presídio Central

PT SUL O senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou nesta sexta-feira (26), em plenário, a promessa do governador Tarso Genro de desativar o Presídio Central de Porto Alegre até 2014. O presídio está superlotado e apresenta péssimas condições sanitárias. Atualmente, 4,3 mil pessoas ocupam o espaço, projetado para apenas 2.069 vagas. -“ Esse é o começo de uma grande reviravolta. Reportagem de hoje do [jornal] Zero Hora diz que fechar o presídio custaria 155 milhões. É um preço baixo na questão dos custos, pois estamos falando de vidas. Aqueles que saem do Presídio Central assaltam e matam no meio da rua” – argumentou o senador. Segundo Paim, a situação do Central é um retrato da “vergonhosa e falida\" situação carcerária no país, que, conforme o senador, não atende os objetivos de punir e de recuperar os presos. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 514 mil condenados pela Justiça ocupam 306 mil vagas existentes no sistema prisional. “Manter 200, 300 presos em um espaço físico onde cabem 100 não resolve a violência no Brasil”, assinalou o parlamentar gaúcho. Perfil O senador também apresentou informações sobre o perfil do preso no Brasil. Do total de pessoas que cumprem pena em regime fechado, 93,4% são homens. A maior parte deles, afrodescendentes, de baixa escolaridade e renda, sem profissão definida, e com muitos filhos. Pessoas, observou Paim, vulneráveis ao aliciamento de traficantes e criminosos. Para o petista, os presídios funcionam hoje como verdadeiras “escolas do crime”, uma vez que a taxa de reincidência daqueles que deixam a prisão chega a 70%. Na avaliação de Paim, um dos caminhos para uma mudança profunda na situação carcerária é privilegiar a adoção de medidas alternativas de punição e reservar as cadeias para os criminosos que ofereçam reais riscos a sociedade, como homicidas e traficantes. -“ Tem que punir sim, mas colocar meninos que roubam uma laranja, uma bicicleta ou uma galinha no mesmo lugar que estão os profissionais do crime é entregá-los para um professor do mal”, afirmou, manifestando-se também contra a redução da maioridade penal.