Fim do voto secreto no Congresso avança no SenadoEm resposta à sugestão feita por Dilma, proposta é aprovada em Comissão e deve ser votada hoje em plenárioO fim do voto secreto no Parlamento - um dos cinco pontos da proposta da presidente Dilma Rousseff para a reforma política - avançou em mais uma votação ontem no Senado. Foi uma clara resposta à sugestão do Planalto, considerada inadequada por deputados e senadores. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) elimina quase todas as hipóteses de voto secreto no Congresso. Apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) em abril deste ano, o texto recebeu prioridade de tramitação na CCJ.A ideia dos senadores é votar no plenário ainda hoje, esvaziando, assim, a proposta de Dilma. Na semana passada, a CCJ da Câmara aprovou outra PEC acabando com o voto secreto apenas para os casos de cassações de mandato por quebra de decoro ou de condenação do parlamentar com sentença final na justiça. O projeto da Câmara, já aprovado no Senado, precisa ainda passar por uma comissão especial e depois no plenário. A PEC do Senado ainda precisa ir para a Câmara.- O Congresso tem projetos muito mais ousados do que os sugeridos pelo Executivo, e muitos já em tramitação. Esse do fim do voto secreto deve ser votado amanhã (hoje) no plenário. Nós temos um acervo de propostas aqui que, juntas, são a própria reforma política - afirmou o presidente da CCJ, Vital do Rêgo (PMDB-PB).Caso seja aprovada a proposta de Paim, não haverá sigilo em votações de cassação de mandatos de parlamentares; indicações de autoridades e chefes de missões diplomáticas e ministros de tribunais; exoneração do procurador-geral da República antes do fim de seu mandato; e apreciação de vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo Congresso.A maior expectativa é em torno das votações de cassação de mandatos. Desde a redemocratização, apenas dois senadores perderam seus mandatos em processos de votação secreta: Demóstenes Torres e Luiz Estevão. O próprio presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), escapou da cassação, em 2007, em votação secreta. O Globo