Edgar LisboaA proposta do grupo de trabalho que pretende afrouxar os controles sobre campanhas eleitorais acabou mostrando um racha dentro da bancada do PT. Petistas reclamam que o deputado Cândido Vaccarezza (SP) teria manobrado junto ao presidente da Câmara para conseguir a relatoria do projeto, ignorando o desejo da bancada, que preferia indicar o relator do último texto da reforma política, deputado Henrique Fontana (RS). “O Fontana é indicado pela bancada, o Vaccarezza não foi escolhido pela bancada. Então é muito ruim o presidente da Câmara nomear para coordenar um grupo de trabalho uma pessoa que não teve a indicação da bancada”, afirmou o deputado Ricardo Berzoini (SP) depois de Henrique Alves ter dito que o racha foi “um curto-circuito no PT”. O presidente da Câmara confirmou a escolha de Vaccarezza mesmo com protestos do PT.Mais um deputadoPara acalmar os ânimos, Henrique Alves permitiu que o partido tivesse mais um representante no grupo de trabalho. “O Vaccarezza, a convite nosso, vai coordenar o grupo, e o PT vai indicar seu representante. Eu indiquei o Vaccarezza, vou instalar hoje o grupo de trabalho. Vamos esperar a indicação do PT”, disse. Vaccarezza quer convidar Fontana.“Foi um convite pessoal do presidente da Câmara, e já conversei com os líderes, as ideias do partido devem ser trazidas por outro deputado, que acredito que seja o deputado Henrique Fontana por sua experiência com o assunto”. Fontana, por sua vez, desistiu e deu a vaga para Ricardo Berzoini. “A forma como se fez essa articulação tem que ser contestada, pois ela desrespeitou o desejo do partido. Esse foi o motivo de eu não ter entrado no grupo”, explicou Fontana.A proposta em discussão deve ser votada em agosto e permite, entre outras coisas, usar recursos do Fundo Partidário para pagar multas e possibilita que políticos com contas rejeitadas pelos tribunais de contas concorram.Diálogo, não enfrentamentoA relação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico deve ser de diálogo e não de enfrentamento. Assim pensa o senador Paulo Paim (PT-RS). “Não nos interessa confronto e distanciamento, e não interessa a nenhum país, desse ou daquele bloco, crescer sozinho, tanto por solidariedade, como pela sustentabilidade da região”, comentou o senador. Nos últimos meses, analistas têm apontado impactos sobre o Mercosul, uma vez que os quatro países da Aliança do Pacífico representam juntos aproximadamente 36% do PIB da América Latina e exportam mais que o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.