Porto Alegre - O Rio dos Sinos vive a expectativa de receber uma boa notícia nos próximos dias. O senador Paulo Paim (PT/RS) conseguiu a aprovação de uma emenda junto à Comissão de Meio Ambiente do Senado destinando R$ 200 milhões para a recuperação do rio. Agora, o texto será encaminhado ao relator do Orçamento da União, Valdir Raupp (PMDB/RO). "É de extrema importância que a sociedade civil organizada reivindique a aprovação desta emenda no Orçamento", explicou Paim. A situação para que a sociedade, prefeitos e deputados exerçam esta pressão está dada: Raupp estará em Porto Alegre no dia 4 de dezembro, participando de um evento na Fiergs. Segundo o senador Paim, ele estaria disposto a receber um grupo para discutir a emenda, entre 20 e as 21 horas. Ontem a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) pronunciou-se favoravelmente, com ressalva, sobre o relatório apresentado na quinta-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em relação à situação do Rio dos Sinos. Segundo o relatório da entidade empresarial, apenas 11% dos dejetos de natureza orgânica lançados no rio provêm das 106 indústrias localizadas nas suas margens, o que sugere que as empresas não são culpadas pelo desastre ambiental de 8 de outubro, quando mais de 85 toneladas de peixe morreram.O diretor-presidente da Fepam, Antenor Ferrari, afirmou que a entidade concorda com o conteúdo do relatório, mas fez uma ressalva. "A Fepam não pode descartar, contudo, a possibilidade de participação de algumas empresas no episódio ocorrido em outubro. As investigações estão prosseguindo e a Fepam aguarda os resultados das análises de materiais coletados e dos laudos analíticos que estão sendo efetuados", afirmou.O diretor-técnico da Fepam, Jackson Müller, procurou fazer uma diferenciação importante: "Concordamos que a situação atual do Rio dos Sinos como um todo decorre principalmente do esgoto doméstico das cidades. Mas, com relação à `matança` de peixes, não posso ainda excluir a participação de contaminação industrial", explicou Müller. Sobre a posição da Fepam em relação às prefeituras, o diretor-técnico lembrou que a entidade reagiu emitindo uma portaria que, além de limitar ainda mais as autorizações para o lançamento de efluentes industriais no rio, deu o prazo de 180 dias para que as 32 prefeituras apresentem seus planos de saneamento. "Estamos esperando dados mais efetivos, de pesquisas minuciosas que virão de fora do Estado", explica Müller. "O setor empreendedor tem tido sucesso no controle de seus efluentes. Precisamos desta experiência ao nosso lado, auxiliando o poder público", manifestou.