O projeto aprovado na CCJ é de autoria do ex-deputado Luís Antônio Fleury (PTB-SP), e foi apresentado no final de 2007 na Câmara. Havia uma outra PEC que tramitava no Senado, de autoria de Paulo Paim (PT-RS), mas ela ficou prejudicada por conta da aprovação da propositura de Fleury, que havia sido votada primeiramente na Câmara. BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o voto secreto para todas as votações no Legislativo. A matéria agora vai a plenário e prevê a abertura de votos também nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores. O debate na CCJ foi intenso e durou cerca de três horas. O relatório do senador Sérgio Souza (PMDB-PR) previa a abertura total, seguindo deliberação da Câmara, que havia decidido desta forma. No entanto, muitos senadores questionaram a medida, argumentando que há apreciações que cabem apenas ao Senado, como a aprovação a nomes de autoridades para assumir o Supremo Tribunal Federal (STF) ou agências reguladoras, e que, a se manter o voto aberto para todas as situações, os senadores poderiam se sentir constrangidos a se posicionar contrariamente a uma indicação, temendo represálias no futuro. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que apresentou emenda à PEC, afirmou que era favorável à abertura do voto para cassação de parlamentares e para a apreciação de vetos, mas não para o caso de autoridades. - Abrir o voto no caso das indicações deixa o parlamentar vulnerável - afirmou. O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), líder do PSDB, queria que a restrição se estendesse também à apreciação de vetos, mas foi vencido. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que discursou contrariamente à abertura de votos em todas as situações, depois mudou de ideia por causa de seu partido. - Houve uma intromissão indevida da Câmara na nossa competência - disse Valadares durante a discussão do projeto para, mais tarde, mudar de ideia: - Fui informado pelo líder do meu partido (Rodrigo Rollembergh, DF), que o PSB havia decidido se posicionar pelo voto aberto em todas as circunstâncias. Então, retiro minha emenda. Para o senador Pedro Taques, a medida vai permitir que os eleitores saibam exatamente como estão votando seus representantes. - Não há melhor detergente que a luz do painel de votações - declarou.