Como seria bom ouvir os presidenciáveis comprometendo-se com o fim do fator previdenciário e com o reajuste real das aposentadorias e pensões. E, mais do que isso, depois de eleitos, cumprindo a palavra dada. Ou, quem sabe, a presidenta Dilma Rousseff anunciando ainda em 2013 que não existe mais o fator em nosso país.No ano de 2008, após longa discussão que se iniciou em 2003, aprovamos no Senado, por unanimidade, o fim do fator previdenciário. É claro que fizemos, junto com os movimentos sociais, uma enorme pressão. Quem não se lembra das vigílias que adentraram as madrugadas com transmissão ao vivo pela TV Senado? E o apoio incondicional dado pelos senadores Pedro Simon e Sérgio Zambiasi?O projeto, desde então, está na Câmara esperando votação dos deputados. Infelizmente, lá se vão quase cinco anos. Seria fundamental também que a sociedade, que cada cidadão, fizesse pressão junto ao seu deputado para que se vote de uma vez essa fórmula que eu considero o maior inimigo dos trabalhadores brasileiros. O cidadão tem toda legitimidade para fazer isso... @s redes sociais então aí.O fator previdenciário, criado no ano de 1998, atinge o trabalhador celetista da ativa, ou seja, aquele que contribui para o INSS. Essa fórmula retira, no ato da aposentadoria, 50% do salário da mulher e 45% do salário do homem. Uma crueldade, maldade, uma afronta a quem trabalhou e ajudou no desenvolvimento do nosso país. Outra coisa: é inadmissível que no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, em que o teto é de R$ 30 mil, a aposentadoria é integral e não exista fator previdenciário. E por que no Regime Geral da Previdência Social, em que o teto é de R$ 4.159,00, o fator previdenciário é aplicado? Não há explicação.As centrais sindicais estão preparando uma grande manifestação nacional para o dia 12. O Brasil contra o fator previdenciário promete mobilizar as principais capitais brasileiras. Também está na pauta: valorização das aposentadorias, redução da jornada sem redução salarial, entre outros. Nessa linha de unidade seria fundamental a participação do movimento das ruas que aconteceu em junho deste ano. A causa é justa e necessária.Decididamente, essa história precisa de um ponto final. Já passou da hora de a Câmara dos Deputados e o governo federal pararem com essa lenga-lenga, esse empurra pra lá, empurra pra cá. Se for preciso, o Brasil contra o fator previdenciário chegará às urnas. Por Paulo Paim Senador (PT/RS)