Independentemente do resultado do julgamento do dissídio dos rodoviários de Porto Alegre hoje, seja ele considerado bom, razoável ou ruim, a mobilização da categoria deverá continuar.Em um futuro bem próximo, as articulações indicam que os trabalhadores da Capital, que demonstraram força ao estender uma greve por 15 dias, se reunirão com rodoviários de outras cidades do país para lançar uma jornada nacional de reivindicações.Entre o final de abril e o início de maio, quando a maioria das outras capitais estará discutindo o dissídio da categoria, milhares de rodoviários deverão ir a Brasília para pressionar o Senado pela aprovação do projeto de lei 271, que cria o Estatuto do Motorista, de autoria de Paulo Paim (PT-RS). A proposta tem pelo menos três itens de interesse prioritário dos rodoviários: torna lei federal a jornada semanal de trabalho de 36 horas para os profissionais da área, garante o pagamento de adicional de 30% do salário bruto por risco de vida e assegura aposentadoria especial após 25 anos de contribuição.Como a pauta é generosa, envolvendo custos adicionais para a Previdência, empresários e prefeituras, será necessária muita pressão para passar o texto – ainda em análise nas comissões do Senado – do jeito que está.– Estamos em contato permanente com rodoviários do Brasil. O ápice da nossa mobilização vai ser até o início de maio, em Brasília, com a pressão que faremos pela aprovação do PL 271. Estimo que levaremos entre 10 mil e 20 mil rodoviários à Capital Federal. Vai ser uma luta campal, apontando para a Copa e a eleição – afirmou Alceu Weber, funcionário da Carris, ligado à CUT e um dos líderes da greve da categoria em Porto Alegre.Hoje, em frente à Justiça do Trabalho, que julgará o dissídio da categoria após os rodoviários terem rejeitado a última proposta dos patrões, haverá mobilização. Uma vigília começará pela manhã, com a presença de militantes de sindicatos de outras categorias e de partidos. Se a decisão da Justiça for considerada ruim pela categoria, não está descartada pelas lideranças mais radicais a possibilidade de retorno da greve. Outros entendem que cruzar os braços novamente criaria um cenário de conflito insustentável.O diretório estadual do PMDB se reúne hoje, às 18h, para debater as regras da pré-convenção da sigla, que ocorrerá em 15 de março. Há quem aposte que José Ivo Sartori assumirá hoje a condição de candidato ao Piratini.ZERO HORA – Página 10