JORNAL do COMÉRCIO – Edgar Lisboa Caminhoneiros estão preocupados com o projeto de lei que aumenta o tempo máximo ao volante deles de 4 horas para 5,5 horas. Em audiência pública no Senado, eles se mostraram preocupados com a piora nas condições de trabalho, o maior perigo de motoristas cansados e afirmaram que o texto só beneficia o agronegócio e os empresários. “A situação agora é de perplexidade. Temos uma conquista consolidada sendo atacada e sabotada desde o início de sua vigência há dois anos. Grupos sem o menor senso de humanidade vêm lutando para destruir uma lei que busca reestruturar o sistema sob o primado da dignidade e respeito ao ser humano”, afirmou o procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes. Sem ouvir os trabalhadores A proposta em questão, um substitutivo a dois projetos de lei dos deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Jerônimo Goergen (PP-RS), foi aprovada no final de abril sob críticas de que manifestantes teriam recebido dinheiro para apoiar a aprovação. O senador Paulo Paim (PT), autor do pedido de audiência, quer uma reunião dos representantes dos motoristas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB–AL), e, se possível, que o projeto de lei seja incorporado à proposta que institui o Estatuto do Rodoviário. “Este projeto não pode ser votado a toque de caixa. Essa história de votar em regime de urgência uma alteração em uma lei que demorou 40 anos para virar realidade sem ouvir os trabalhadores é um absurdo”, disse.