Paim lamenta fim de negociações para acordo do Aerus Em discurso na tribuna do Senado na tarde desta quarta-feira (2), o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que há um sentimento de tristeza e desespero entre os beneficiários do fundo de pensão dos funcionários da Varig (Aerus) pela decisão de encerramento das negociações em torno de um acordo para agilizar o pagamento dos valores devidos. Paim leu um documento da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da Cut (Fentac) e apontou que os beneficiários não terão tempo, em vida, para esperar a demora do Poder Judiciário em dar uma resposta definitiva. “Passaram um ano chamando os representantes para discutir um acordo, inclusive a forma de pagamento, que não se encaixa com a resposta de falta de valores. Se estava discutindo a forma de pagamento, presume-se a existência de valores”, afirmou.O senador, que há treze anos acompanha o desenrolar do fundo Aerus, lembrou que o documento da Fentac pede apoio dos parlamentares para resolver essa pendência que envolve o governo, o Poder Judiciário e os beneficiários. “Não há qualquer previsão de pagamento para o mês que vem e, tragicamente, já ocorreram 1.008 falecimentos entre o dia da liquidação do fundo, em 2006, até hoje. Imaginem que, a cada três dias, morresse um familiar ou um amigo próximo. Esta é a sensação que os participantes do Aerus têm”, salientou.No documento lido por Paim, representantes dos participantes do fundo afirmam que o Poder Judiciário não dará uma resposta a tempo e as pessoas continuarão morrendo, por isso conclamam os parlamentares a apoiarem essa causa. “Não queremos e não precisamos de uma guerra política contra o governo, mas apenas uma grande movimentação suprapartidária para demonstrar que o governo erra ao encerrar as negociações para que o acordo aconteça. A Federação pede apoio para formar uma só voz frente ao Poder Executivo”, diz o documento.“Eu continuarei com a mesma firmeza e com a mesma convicção, porque entendo a indignação deles”, disse Paim, acrescentando que gostaria que seu pronunciamento fosse visto mais do que uma reclamação, mas uma chamada para mobilização. “O documento pede isso, que haja uma grande mobilização. Espero que isso aconteça e a gente consiga o acordo”, salientou. Liderança do PT no Senado