A reforma tributária é um sonho distante de todos os presidentes que o Brasil teve desde a redemocratização. Mas, ao mesmo tempo em que ninguém está satisfeito com a estrutura tributária atual, qualquer mudança incomodaria alguém. O resultado é que nenhum presidente conseguiu mudar os tributos brasileiros e a cobrança continua regressiva. Os pobres pagam mais que os ricos. O problema é que um ajuste no sistema vigente tende a interferir em três grandes interfaces: os interesses dos contribuintes e os de governo; os particulares dos que pagam tributos e a disputa por verbas por cada uma das esferas (União, estados e municípios).Tópico difícilO senador Paulo Paim (PT) fez um apelo por uma tributação mais racional, simples e justa. “Os impostos devem ser proporcionais à capacidade contributiva dos diversos setores e áreas. Quem pode mais contribui com mais, de forma progressiva, como acontece, por exemplo, no Imposto de Renda”, disse o senador gaúcho. Mesmo assim, ele reconhece a dificuldade. “A reforma tributária é um dos tópicos mais difíceis na agenda de desafios dos últimos governantes a ocupar o Palácio do Planalto - e também para nós, aqui do Legislativo”. De acordo com Paim, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) cria um imposto único sobre consumo, parecido com o Imposto Sobre Valor Acrescentado vigente na Europa. A PEC foi aprovada em comissão especial na Câmara. “O debate, entretanto, apesar da imensa importância de seu conteúdo, não experimentou avanços significativos desde 2009, e seria importante retomá-lo”, lamenta. Jornal do Comércio – Edgar Lisboa