Senadores defendem derrubada do veto de Dilma à correção de 6,5% do IRNuma demonstração de que o Palácio do Planalto enfrenta dificuldades no Congresso e que são grandes as chances de ser derrotado na próxima semana, senadores de diferentes partidos defenderam nesta quarta-feira, na sessão do Senado, a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte em 2015. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que ele e os senadores do partido votarão para derrubar o veto. Até mesmo o senador petista Paulo Paim (RS) defendeu a correção de 6,5%, afirmando que o voto será aberto e quem, por isso, ficará mais fácil a derrubada do veto presidencial.AGRADO AO MOVIMENTO SINDICALSabendo das dificuldades, há integrantes dentro do Palácio do Planalto defendendo que Dilma aceita a correção de 6,5%. A proposta evitaria uma derrota política no Congresso e agradaria o movimento sindical, como antecipou O GLOBO na edição do último dia 17.- Acredito que parte da base quer derrubar o veto, ainda mais com o voto aberto - disse Cássio Cunha Lima, lembrando que as regras para votar os vetos presidenciais mudaram na semana passada.Primeiro a tratar do assunto na sessão de ontem, em plena Quarta-Feira de Cinzas, Reguffe lembrou que Dilma nem mesmo cumpriu a promessa de corrigir a tabela do IR e, 4,5%.- Quero defender a derrubada desse veto, dizer que meu voto será pela derrubada do veto e dizer que a recuperação do poder aquisitivo do brasileiro deveria ser um compromisso de todos aqueles que têm responsabilidade pública - disse Reguffe.O senador Paulo Paim disse que a votação aberta vai exigir que os parlamentares tenham uma postura de coerência: para ele, quem votou a favor da correção de 6,5%, deve derrubar o veto.- E esse momento vai ser um momento decisivo para que a gente tire essa dúvida, porque todos votamos aqui a tabela do Imposto de Renda no voto aberto. Agora, como o voto não é secreto, vai dar para mostrar quem está sendo coerente com o seu próprio voto, com a sua história e com a sua vida. Não é questão de ser conta ou a favor do governo: votou a favor (dos 6,5%), na apreciação do veto, se não é secreto, por coerência, deverá acompanhar a mesma posição (a favor dos 6,5%) - disse Paim.