O senador Paulo Paim (PT-RS) alertou o governo sobre a necessidade de iniciar um diálogo com os caminhoneiros, que bloqueiam há alguns dias rodovias federais que cortam alguns estados por causa do aumento do preço do óleo diesel e do baixo valor pago pelo frete. Se nada for feito, observou Paulo Paim, o movimento pode fugir do controle e chegar a uma paralisação geral. Segundo cálculos de Paim, atuam hoje no país cerca de 500 mil caminhoneiros autônomos. Além deles, há os que prestam serviços para empresas transportadoras. Como a maior parte da produção nacional é transportada por caminhões, essa manifestação pode gerar perdas consideráveis para a economia do país, com o descumprimento de prazos para entrega de mercadorias, acrescentou o senador. — Os caminhoneiros não estão contentes de estar parados na beira da estrada. eles querem mais é ir para casa, eles querem ver seus filhos, eles querem ver sua família, eles querem entregar a carga, eles querem receber. mas tem que ter dinheiro para pagar o combustível. Alguém vai dar de graça para eles? não vai dar! — afirmou. Paulo Paim relatou outras reivindicações dos caminhoneiros, como a desburocratização do sistema de pagamento de frete; a definição de uma tabela única de valor do frete; repactuação de dívida decorrente de contratos de financiamento de caminhões; e obras dos postos destinados ao descanso desses trabalhadores ao longo das rodovias. Ele ainda defendeu a aprovação de um projeto que permite que as associações de caminhoneiros possam criar um fundo, cujo dinheiro será destinado ao pagamento de valores referentes a indenizações relativas a furto e a acidentes envolvendo esses profissionais. Já o senador Jorge Viana (PT-AC) reconheceu a crise que afeta a economia do país, mas fez um apelo para que as empresas transportadoras não aproveitem o cenário econômico para reduzir o valor pago pelo frete. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)